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Enviada em: 10/10/2017

Na série animada "Death note"- recentemente adaptada para filme pela plataforma de Streaming Netflix- o adolescente Light Yagami, recebe um caderno mistico com a capacidade de matar, e resolve fazer justiça com as próprias mãos. Fora da ficção, embora de uma maneira menos exagerada, a ineficiência do sistema público de segurança gera um sentimento de impotência e insegurança, fazendo com que os cidadãos se achem no direito de julgar e punir outros.   Mormente, é preciso refletir sobre a atual situação dos sistemas judiciário e de segurança pública. A falta de eficiência em condenar, punir e reinserir indivíduos na sociedade é a principal responsável pelo surgimento dos justiceiros, visto que se o Estado não consegue realizar tais funções, o cidadão se sente ameaçado e acaba recorrendo à violência ao menor sinal de perigo. Prova contundente da falta de preparo do poder público para lidar com essa problemática, é o aumento crescente da população carceraria brasileira, que de acordo com o jornal G1 já é a quarta maior do mundo, evidenciando a urgência em tratar dessa questão.    Porquanto, cabe ressaltar também, que de acordo com o art 5º da constituição de 1988, todas as pessoas são iguais perante a lei, e possuem direito a um julgamento justo. No entanto, devido ao sentimento de impotência gerado pelo medo, a população acaba agindo à margem da lei, cometendo punições físicas, como linchamentos ou até mesmo assassinatos, acabando também por cometer um crime. Fato que demonstra tal situação, é o ocorrido com o menino em São Paulo, que foi torturado e teve tatuada em sua testa a seguinte inscrição "eu sou ladrão e vacilão", apenas por ser acusado de roubar uma bicicleta, tal ocorrido apenas serve para evidenciar a forma como o medo pode levar a ações inconsequentes.    Destarte, fica claro que medidas precisam ser tomadas, antes que o fenômeno dos "justiceiros" se torne popular, e a situação se agrave. Portanto, cabe ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, investir em poíticas de melhora no processo judiciário, pode-se discutir a criação de uma parceria com a OAB, para que os casos sejam julgados de maneira mais rápida, em segunda instância, em parceria com o setor privado podem-se criar melhores políticas de reinserção, uma vez que o indivíduo já cumpriu a pena. Só assim, garantiremos um mundo seguro, onde os "justiceiros" não serão necessários.