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Enviada em: 18/10/2017

Para o sociólogo Max Weber o Estado é detentor do monopólio legítimo da força, ficando a cargo desse as punições mediante desvios de conduta dos indivíduos. Entretanto, quando o regime de exceção adotado pelo poder público vigora, os cidadãos decidem cumprir o seu papel e realizar a prática da justiça com as próprias mãos. No Brasil, tal patologia social se mostra constante e, para isso encontra causas políticas, educacionais e culturais. Dessa forma, faz-se necessário medidas coadunadas para a mitigação desse impasse.  Primeiramente, torna-se nevrálgico compreender o papel do poder público como agravante da perpetuação das ações dos ditos " justiceiros sociais''. Isso ocorre devido à falha na segurança provida pelo Estado, sendo seletiva e que se mostra escassa em locais marginalizados e com pouca infraestrutura. Essa atuação corrobora a tese geográfica de Território- local em que se estabelece relações de poder-, pois o vácuo deixado pelo poder público faz surgir a ação dos próprios cidadãos para coibir ou punir infrações, que sem a devida tipificação escrita acaba sendo adotadas de maneira arbitrária e com uma relativização da moral, resultando, assim, em uma prática de injustiça com o suposto criminoso. Ademais, essa atuação estatal confronta a tese do autor contratualista Thomas Hobbes, que no seu livro '' Leviatã'' atribui ao Estado a função limitar as ações dos indivíduos em prol de uma coexistência harmônica.   Além do aspecto político, a existência dessa anomalia social passa, também, pela cultura da violência arraigada e por fatores educacionais. Embora exista o mito de que o Brasil teria passado por seus principais momentos de forma pacífica, como a sua independência, a violência está presente, acentuadamente, no hábito, em grande parte, da população brasileira. Prova disso é o Mapa da Violência divulgado pelo Ipea que mostrou que os índices de homicídios se aproxima dos 60 mil. Aliado a cultura, o sistema educacional tem contribuído para a perpetuação da violência praticadas pelos cidadãos, uma vez que não trata o tema com constância e com uma finalidade social e comprova a tese de Paulo Freire na famigerada frase " Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar opressor''.  Para que a situação se reverta e que o Estado cumpra sua função de acordo com Weber, portanto, faz-se necessário a atuação em do próprio poder público. Compete ao Legislativo a ampliação da pena, por meio de Projetos de Leis, para os que praticam a violência de forma autônoma, além do aperfeiçoamento das já existentes, tornando-as mais rígidas no que tange ao tempo de prisão, para que assim esses atos abusivos e violentos possam ser erradicados na sociedade brasileira.