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Enviada em: 12/10/2017

Os linchamentos no Brasil, crescentes durante a Ditadura Militar, tiveram uma queda durante a década de 90. No entanto, nos últimos anos, voltou a ser comum ouvir no noticiários inúmeros acontecimentos em que a população, desacreditada nas leis, faz justiça com as próprias mãos. Todavia, é certo que violência não impõe fim à violência.   É  incontrovertível a lentidão nos processos judiciários no Brasil. Esse, associado à descrença na punição da justiça, segundo os agressores, é o principal motivo para tal atitude. Porém, um trecho da música "Que país é esse?" do  Legião Urbana, definindo muito bem esse contexto, diz: "ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação." Nitidamente, os famosos justiceiros creem que com o linchamento estarão lutando pelo fim da violência e cumprindo o papel da justiça. Contudo, esquecem-se de que a Constituição não aprova a tortura e garante os direitos humanos a todos os brasileiros, inclusive a criminosos.   Indubitavelmente, fazer justiça com as próprias mãos, só aumenta os casos de violência e, muitas vezes, pune com a morte pessoas inocentes. Um dos vários desses casos ocorreu em 2016, no Paraná, em que o caminhoneiro Juvenal Paulino de Souza, acusado por algumas pessoas de abusar sexualmente de duas crianças, foi morto injustamente - uma vez que com a realização de exames nas crianças, foi comprovado que não houve abuso - após sofrer linchamento. Portanto, fica claro que essa forma de violência precisa ser combatida para evitar novos casos como esse.   Destarte, como diz Immanuel Kant, "o ser humano é aquilo que a educação faz dele", logo, apenas educando a população - através de propagandas - essas práticas chegarão ao fim. Sendo assim, O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a mídia e subsídio Estatal, deve intensificar propagandas de repúdio aos linchamentos, apresentando os vários casos de injustiça, como o do Paraná. Além disso, o Governo deve tornar essas agressões crimes inafiançáveis, pois essas em 66% dos casos causam a morte do agredido.