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Enviada em: 01/11/2017

O caso de um adolescente que após tentar furtar uma bicicleta teve sua testa tatuada com “sou ladrão e vacilão” expôs uma questão antiga do cenário brasileiro: a justiça com as próprias mãos. É notório que tal ato criminoso traz divergências de opiniões em relação aos que apoiam ou discordam. Dentre tantos fatores relevantes dessa realidade, temos: a ausência de um Estado que promova segurança e bem estar da população, e um sistema judiciário ineficaz e lento, fazendo aumentar ações movidas em nome da justiça.  Os justiceiros são aqueles que fazem a aplicação da justiça, e, atualmente, devido a ausência do Estado e inércia do sistema judiciário, ganham espaço na sociedade brasileira, sendo pelo menos um caso de linchamento por dia no Brasil, segundo Data Folha. Essa falta de Estado protetor junto a um judiciário, que promove uma justiça seletiva favorecendo os ricos, torna factível a ideia do filósofo Thomas Hobbes de que no não comparecimento do Estado o homem é o lobo do homem.         Além disso, essa atitude inconstitucional movida pela sede de vingança dos cidadãos, vem tornando-se um perigo a qualquer um. Como visto, no caso de Fabiane Maria de Jesus, vítima que foi linchada e morta pela população após ser confundida com uma suposta criminosa. Com isso, é evidente que o uso da força própria como meio de fazer justiça é indevida.      Diante disso, observa-se uma falha estrutural do Estado e dos sistemas punitivos, assim como da sociedade movida pelo ódio. Mas nem por isso deve-se desanimar da perspectiva de solução. Dessa forma, cabe ao Estado investir em transparência e fiscalização dos órgãos de justiça, proporcionando um sistema mais eficiente e justo, afim de recuperar a confiança da população, assim como maior policiamento, principalmente em regiões carentes, garantindo proteção e seguridade da população.