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Enviada em: 28/10/2017

Virgulino Ferreira, conhecido como Lampião, entrou para o cangaço com o intuito de vingar o assassinato de seu pai e fazer justiça. Com o fim do cangaço, seria razoável que essa realidade não fizesse mais parte do cenário do nacional. Porém, infelizmente, a justiça com as próprias mãos ainda é um problema no Brasil. Logo, mediadas cujo objetivo seja alterar essa situação devem ser apresentadas.                                                                                                                                                         Em primeiro lugar, observa-se que, o ineficaz sistema de segurança pública tem incitado muitos indivíduos a fazerem a sua própria justiça. Há algum tempo, por exemplo, a mídia divulgou a história de jovem que, após ser acusado por roubo, foi agredido e preso a um poste, por cidadãos comuns. Esse tipo de situação preocupa e relembra a lei do Talião, "Olho por olho, dente por dente". A partir disso, deve ficar claro que, a descrença da população não justifica a violência, pois, como dizia o filósofo Jean-Paul Sartre “a violência é sempre uma derrota”.                                                                                          Em segundo lugar, é importante compreender que, o resultado dessa “justiça” é a desordem. Isso é afirmado, pois, esses indivíduos estão assumindo de maneira, inadequada e parcial, uma função que compete ao Estado, e essa inversão de papeis diminui a credibilidade do justiça brasileira. Além disso, os justiceiros ferem a legislação brasileira e a Declaração Universal dos Direitos Humanos ao julgarem a sua maneira. Dessa forma, conclui-se que, que o caminho para o fim da impunidade não é a justiça com as próprias mãos.                                                                                                                                         Infere-se, portanto, a questão da justiça com as próprias mãos deve ser reavaliada. Nesse sentido, cabe ao Estado investir na qualificação e no treinamento de policiais, a fim de amenizar o sentimento desamparo e de insegurança da população. Atrelado a isso, a escola, através de palestras com profissionais da segurança pública e toda a comunidade escolar, deve orientar e estimular o pensamento crítico dos alunos em torno ao assunto, com intuito de formar cidadãos que tenham consciência de seus direitos e dos direitos do infrator. Afinal, se a Lei de Talião continuar norteando o comportamento da sociedade, em breve o Brasil será um país “de cegos e de desdentados".