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Enviada em: 02/11/2017

Conforme o Atlas da Violência de 2014, o Brasil é o maior país em número de homicídios dolosos. Diante desse fato, muitas pessoas ao se sentirem inseguras e impotentes em relação ao Estado, tomam atitudes, na tentativa de fazer justiça com as próprias mãos. No entanto, é preciso assegurar que tomar decisões sem apoio legal não é a forma correta de resolver essa problemática, haja vista que agir dessa maneira representa um perigo para a sociedade.        Em primeiro lugar, é preciso analisar a ineficiência da Justiça no Brasil. Na obra Leavitã, Hobbes afirma que a sociedade só alcançará paz por meio de um contrato social no qual o Estado é responsável por fazer justiça. Teoricamente, na constituição brasileira, esse fato se faz presente. Todavia, não é o que acontece na prática, quando se tem em vista a demora de anos no julgamento dos casos, que geralmente favorece a parte que possui maior poder aquisitivo e as punições são incompatíveis com o crime, argumentos que levam a Justiça a não fazer jus ao seu nome.        Nesse contexto, os cidadãos muitas vezes se revoltam, principalmente quando presenciam cenas de violência doméstica, roubos e assassinatos. Acontecimentos esses que exigem atenção por parte das autoridades, mas que são ignorados e não solucionados. Diante disso, com o intuito de vingarem a vítima, acabam cometendo outra violência, dando início a um círculo vicioso, no qual um crime gera outro crime.       Ademais, entra em questão a propagação de notícias falsas. Boatos podem se espalhar rapidamente em uma comunidade, gerando revolta e insatisfação. Dessa forma, os envolvidos podem vir a agir contra um inocente, sem provas e e argumentos concretos.       Portanto, é possível constatar a necessidade de imediatas intervenções que visam à solução dessa problemática. Logo, o Estado, juntamente com a Justiça Federal, deve mobilizar-se de forma que consiga atender seus cidadãos, realizando julgamentos com mais rapidez, sem desigualdade e com penas condizentes ao crime. Dessa forma, quando a Justiça for, de fato, justa, as pessoas não mais sentirão a necessidade de intervir. Além disso, a sociedade deve ser conscientizada através dos veículos de informação a respeito do perigo de se fazer justiça com as próprias mãos e à propagação de notícias falsas, para que não venham cometer injustiças.