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Enviada em: 30/01/2018

A revolta do ódio        A crescente onda de crimes e violência cometida nas cidades brasileiras corresponde a uma grande sensação de medo populacional e de impunidade. Aplicando-se à realidade urbana, quando algum caso de delito é cometido e, por conseguinte, seu autor encontra-se em situação de vulnerabilidade, as chances de ocorrer a famosa justiça com as próprias mãos é extrema. Tal ato se mascara como justiça, quando na verdade se comporta como vingança e ação criminosa, que culmina em muitas mortes por ano no Brasil.         Ademais, a sensação de impunidade citada anteriormente se relaciona com casos reais em que a lentidão na justiça e sistema carcerário saturado culminam na liberdade de acusados e acumulo de criminosos em áreas sociais, em que na maioria dos casos voltam a cometer crimes. Dessa maneira, quem participa dessas revoltas acredita que está fazendo algo positivo para sua comunidade, quando na verdade negligencia seus atos e atesta mais ainda a falência das instituições responsáveis pela justiça legal, ou seja, deixa de respeitar o papel do Estado e o enfraquece.        Além disso, a revolta do ódio confere um ciclo de violência urbana sem fim. Assim, os linchamentos e tentativas de se fazer “justiça” se enquadram claramente em casos criminosos em que não há direito de ampla defesa da vítima, consequentemente, em poucos casos há justiça e punição aos violentadores, bastando-se ser apenas uma grande hipocrisia das facetas sociais brasileira, equivalendo-se a um retrocesso humano e civilizacional.         Portanto, agir no lugar de órgãos legais não é o caminho mais viável para atingir uma harmonia social requerida desde os primórdios da humanidade. Dessa forma, a mudança necessária para a atual sensação de impunidade no país é o fortalecimento do judiciário, a fim de que a investigação, o julgamento e o cumprimento de penas aconteça devidamente e regularmente para todos os réus e que haja uma reforma no sistema carcerário, priorizando a reeducação e ressocialização de detentos. Como também é de importante interesse o uso do papel populacional para fiscalizar e reivindicar tais melhorias em ambos sistemas judiciário e carcerário, promovendo a cidadania com o propósito de que esses departamentos públicos funcionem de maneira coerente, útil e gradual em relação à Justiça e à sociedade.