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Enviada em: 04/02/2018

A criação dos poderes executivo, legislativo e judiciário, a partir de Montesquieu, foi um meio de instaurar um equilíbrio entre as pessoas que compartilhavam a mesma sociedade e , portanto, marcou a história da humanidade. Entretanto, no Brasil, percebe-se inúmeros casos de indivíduos - que cometeram atos marginais à lei - sendo espancados,torturados e até mortos por pessoas que afirmam ter feito "justiça" pelas próprias mãos. Desse modo, deve-se analisar como a precariedade na educação brasileira e o egoísmo humano abrem portas para a atuação de "justiceiros" locais.       A priori, é evidente que a ausência da educação age como antítese dos direitos humanos. Isso ocorre ,pois, a educação - familiar e escolar - tem papel fulcral no crescimento e formação dos indivíduos. Além disso, segundo Immanuel Kant, filósofo alemão, "o ser humano é aquilo que a educação faz dele", frase que evidencia que a base do comportamento humano e seus atos diante diferentes situações, estão ligados ao fator educacional. A ética e cidadania, por exemplo, é uma matéria escolar que dentre uma gama de lições, ensina que as leis e punições de uma sociedade não são responsabilidades de um grupo, e sim do Estado. Portanto, o buraco educacional brasileiro, gera dentre outros problemas, a "justiça" pelas próprias mãos.      Outrossim, o individualismo serve como potencializador para "justiceiros" locais. Isso porque, os agressores não buscam saber quais motivos levaram aquele ser humano a cometer atos contrários à lei e muito menos sua condição de vida. Ademais, Arthur Schopenhauer, filósofo alemão, afirma que "O motor fundamental do ser humano é o egoísmo", palavras que descrevem com clareza a realidade brasileira, visto que na hora do ato de agressão, muitos fazem daquilo um espetáculo, ofendendo, filmando e até participando da barbárie. Logo, com essas ações, o ser humano tende a naturalizar um fator que não deve ser natural : a violência.       Torna-se evidente, portanto, que atos retrógrados como fazer a própria "justiça", fazem parte do cotidiano brasileiro. Por essa razão, o Ministério da Educação e Cultura, deve tornar obrigatório a matéria de "ética e cidadania" na grade curricular dos ensinos infantil, fundamental e médio a fim de educar gerações acerca de seus direitos e deveres, e ,também, sobre a vida em sociedade. Além disso, o Estado, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública, deve implantar uma fiscalização - através da Polícia Militar de cada região - a fim de patrulhar as áreas mais acometidas por atos de justiça local e ,desse modo, diminuir as ocorrências de furto e de violência contra os indivíduos marginais à legislação brasileira. Dessa maneira, o "órgão" indivíduo entrará ,aos poucos, em homeostase com o "corpo" sociedade.