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Enviada em: 11/02/2018

No Brasil, são altos os índices de criminalidade, envolvendo delitos das mais diversas naturezas. Essa situação, associada à má administração da segurança por parte do Estado, faz com que muitas pessoas queiram fazer justiça com as próprias mãos, por vezes, de forma violenta. Porém, mesmo acreditando estarem corretos, essa atitude tomada em busca de resultados imediatos apenas geram mais problemas.        Em busca de uma justiça, por muitos considerada legítima, parte da sociedade quer exercer um papel que deveria ser atribuído ao governo. Como explicado pelo sociólogo francês Émile Durkheim, a coerção exercida socialmente é evidente, principalmente quando o indivíduo infringe normas morais. Entretanto, ao se tratar da violação de normas jurídicas é dever apenas do Estado fazer valer as leis impostas, com a ação policial e posterior julgamento dos criminosos.        O problema se agrava mais ainda quando a tal “justiça” é praticada contra um inocente. Não são raros os casos em que, tomados por uma grande revolta, a população decide punir alguém até então considerado culpado e só depois se descobre sua inocência. Um exemplo disso é o caso da mulher que foi espancada e morta por populares, em 2014, após ter sido acusada, injustamente, de sequestrar e fazer bruxarias com crianças na cidade de Guarujá, São Paulo. Casos assim reforçam ainda mais o perigo da ação de justiceiros.        Nesse sentido, para que a questão seja resolvida, é necessária maior efetividade na postura do poder executivo, com a ação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para garantir a segurança da população. Além disso, é de extrema importância, também, a ação do poder público para que, fazendo o uso de campanhas veiculadas na mídia, seja por televisão ou internet, deixe claro à população as consequências geradas ao se fazer justiça com as próprias mãos, tais como o envolvimento de inocentes ou a execução de crimes, de igual ou maior gravidade, por parte dos chamados justiceiros.