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Enviada em: 29/01/2018

Por uma nação com menos jogos de poder             As causas da atual barbárie no Brasil são a sensação de impunidade, associada ao poder, à influência, à hipocrisia e ao preconceito. A crença que os delitos diários são menores porque não matou, ou porque roubou de alguém rico, ou até mesmo de um indivíduo que também já roubou são alguns dos motivos que passam a ter valor no discurso dos novos justiceiros na sociedade brasileira.             A Constituição Cidadã prevê crime de tortura, além de todos os atos praticados por indivíduos que não tem a responsabilidade de tais ações. As leis existentes seriam o suficiente para coibir tais delitos, embora o caráter dessas são punitivas, o que torna precário na sociedade atual que necessita de leis de cunho educativo, preferencialmente.             Outras características da sociedade contemporânea que agravam tal prática são o poder e a influência de parte da comunidade que atenuam seus atos e corrompem funcionários do Estado, como juízes e delegados. O famoso jeitinho brasileiro ganha voz em casos como o da desembargadora que trocou cadeia por internação em clínica psiquiátrica para filho preso por tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul. Essas são situações que impossibilita a nação de reagir de forma consciente, aguardando o poder público solucionar.             Sobre a hipocrisia e o preconceito na sociedade brasileira que tem suas raízes repletas de conservadorismo, patriarcado, machismo e de elite branca tornando a ideia de justiça com as próprias mãos algo legítimo, pois não são práticas a qual a elite é alvo. Assim, toda a ação fica para os de classe mediana e o alvo nas costas do menos favorecidos da sociedade. Ao esquecer que quem volta para a senzala moderna é mais uma vez são os descendentes dos navios negreiros, pois suas histórias continuam banhadas no sangue, na dor e no apartheid social.             A solução continua sendo muito mais simples em teoria do que na prática, pois é de conhecimento geral que a mudança só acontece pela educação pública e de qualidade, do ensino fundamental a graduação, e com a formação da futura nação brasileira atos de parcialidade e agressividade serão paulatinamente dissolvidos e coibidos para que não se repitam. Além, claro, o fim da impunidade e da indignação seletiva que são extremamente nocivos para um país democrático e civilizado. Dessa maneira, a sociedade necessita reconfigurar seus parâmetros de justiça social e compreender que o Estado é representativo sobre a nação, tal entendimento pode garantir a exigência de governantes com ficha limpa, bem como, os ocupantes de cargos de confiança com a finalidade de coibir a impunidade.