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Enviada em: 07/02/2018

Na antiga Mesopotâmia, a prática da justiça com as próprias mãos era rotineira, embasada pela Lei de Talião, que afirmava que a pena aplicada deveria estar de acordo com o crime cometido. Nos dias de hoje, a situação brasileira não difere muito do que acontecia há mais de três milênios atrás: o povo, cada vez mais, responde aos crimes com violência, gerando um ciclo vicioso, que, embora possa ser visto como solução, acaba apenas por piorar o quadro da violência urbana.        A burocracia e ineficácia do governo em julgar crimes motiva a população a tomar suas próprias decisões, sem intervenções jurídicas e legais. A omissão do governo se opõe à "eficácia" e rapidez da justiça popular, que, muitas vezes, recorre aos linchamentos como forma de justiça, com o propósito de promover a segurança. Porém, tais atos se mostram tão brutais como os crimes que estão sendo punidos, levando-nos a refletir sobre tais condutas.       A situação se mostra ainda mais urgente quando os chamados justiceiros se baseiam apenas em boatos e rumores, e não em fatos concretos, para aplicarem a justiça social. Com isso, muitas vidas inocentes podem ser afetadas injustamente.       Para ilustrar a situação da justiça exercida pela própria população, podem-se citar os fatos mencionados pelo sociólogo José de Souza Martins, que, em seu livro "Linchamentos: a justiça popular no Brasil", diz que em nosso país ocorre ao menos um linchamentos por dia.        Em suma, a situação da violência para punir a violência no Brasil atingiu níveis alarmantes, e não pode ser considerada uma solução. Portanto, o Poder Judiciário tem o papel de agir sobre os crimes e puni-los com mais eficiência, assim como a mídia, as famílias e escolas devem conscientizar, através de palestras e conversas, de que a violência não deve ser respondida da mesma forma, e que é papel do Estado aplicar penas, trazendo, definitivamente, justiça para todos.