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Enviada em: 04/02/2018

Polícia para quem precisa         A primeira lei registrada de forma escrita conhecida como Lei de Talião rege o simples princípio de “olho por olho, dente por dente“, a atual constituição brasileira promulgada alguns milhares de anos depois pensa diferente, entretanto alguns indivíduos auto-intitulados justiceiros ainda preferem seguir o código de Hammurabi ao invés do sistema legal contemporâneo gerando um problema alarmante no Brasil: a infame prática da justiça com as próprias mãos.       O conceito de justiça com as próprias mãos é contraditório por si só, afinal como é possível uma pessoa se apropriar da função do poder judiciário? Não é, pois quem exerce essa infame prática também está cometendo um crime, muitas vezes bem mais grave do que o do suposto criminoso que está punindo. A justiça apenas existe quando validada por uma série de normas que permitem encontrar, de forma metódica e imparcial, uma pena justa ao réu - ou a sua absolvição             Apesar das alegações que a justiça popular nada mais seria que uma auto defesa coletiva é importante frisar que as duas são conceitos muito diferentes, enquanto o segundo é o uso moderado dos meios necessários para repelir uma agressão ou agressão iminente, o primeiro é um pretencioso crime cometido em nome de uma ética distorcida que mais se aproxima a noção de vingança       Para que combater um determinado problema é imprescindível conhecer sua origem, e neste caso é possível encontra-la facilmente na noção popular que o Estado negligencia a segurança pública, o que ele de forma geral o faz. Por isso a solução mais eficaz para combater esse cenário é cortar o mal pela raiz: os governos estaduais devem investir mais em policiamento além de realizar estudos para que ele aconteça de forma mais eficiente com o intuito de a população se sentir mais segura e a justiça de fato seja feita consequentemente reduzindo a prática de justiça com as próprias mãos