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Enviada em: 10/02/2018

A justiça com as próprias mãos no Brasil, provocada principalmente pela insatisfação com a segurança pública e pela impunidade, reflete-se em graves consequências sociais, como a violação a integridade física e moral e a falta de aplicação da justiça de forma eficiente. Tudo isso, é fruto de um momento que combina o enfraquecimento do Estado e a desmoralização da polícia.    O comportamento livre e "justificado" dos linchadores reflete-se um pouco os conceitos de Estado Natural de Thomas Hobbes e John Locke. Tal pensamento explica uma de suas frases "o homem é lobo do próprio homem" referindo-se a um estado em que o homem pode tudo, há ausência de regras ou de qualquer tipo de instituição, é uma etapa pré-civilizatória na qual está acontecendo atualmente. Esse revide do povo, acima de tudo, nega a integridade da pessoa, pois viola e humilha seu corpo.     Os Últimos levantamentos sobre o tema mostram que linchamentos acontecem em grande número no Brasil. Segundo o núcleo de violência da USP, entre os anos de 1980 e 2006 foi registrado 1.179 casos de justiça com as próprias mãos. Além disso, os casos foram desencadeados após um grupo de "justiceiros" amarrar um adolescente nu, acusado de assalto, a um poste no Rio de janeiro. Essa problemática exige medidas de intervenção urgentes.     Diante da recorrente problemática, o Estado deve promover a melhora da segurança pública com maior número de policiais nas ruas e mais agilidade no julgamento e punição, obedecendo a constituição de 1988 que traz no inciso III do artigo 1° a dignidade humana como princípio fundamental que vem para ser garantida a todos sem distinção e, sim, até mesmo aos infratores da lei. Já a sociedade civil, deve denunciar os crimes e impedir a fuga de criminosos sem violência, e por fim, a mídia fazendo o trabalho de conscientização através de campanhas de paz social, divulgando também os direitos cidadãos.