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Enviada em: 12/02/2018

No país em que cada vez mais os índices de criminalidade aumentam, e muitas vezes a segurança se mostra falha, é comum que determinada parte da população se sinta ameaçada e busque se defender e cobrar a justiça, mesmo que de forma ilegal e incorreta.  No entanto, embora haja problemas na segurança pública que necessitam de reparos, a justiça com as próprias mãos não é a solução. Primeiramente, é viável considerar que a demora do sistema judiciário brasileiro em julgar os casos criminosos, e a leviandade com que algumas ocorrências graves são tratadas, tem contribuído significativamente para que a segurança pública tivesse um descrédito em relação à população. Sendo assim, encontrar pessoas revoltadas que buscam por justiça é algo frequente.   Conhecidos como "justiceiros", eles assumem o papel que esperavam da justiça e da polícia, caçam criminosos, sentenciam e penalizam aqueles que cometeram algum delito, liberando para si um sentimento de catarse. Porém, tais ações não contribuem nada para a ordem social, já que esta é uma prática ilegal, pois cabe somente às autoridades capacitadas decidir a punição adequada para cada tipo de crime. No dia 31 de janeiro de 2014, um adolescente de 15 anos foi agredido, deixado nu e preso pelo pescoço a um poste no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, com uma tranca de bicicleta, por um grupo de "justiceiros". Agredido por essas pessoas irritadas, ele foi humilhado, exposto, e não teve o direito de se defender. Tal ato foi uma prova de que fazer justiça com as próprias mãos se opõe ao que o Estado Democrático de Direito recomenda, que tem a ampla defesa como garantia constitucional. É evidente, portanto, que combater os delitos pertence somente aos órgãos responsáveis. Sendo assim, cabe a secretaria de segurança fiscalizar e deter os envolvidos, que o sistema judiciário julgue corretamente os fatos, que a mídia desenvolva projetos para combater as divulgações de vídeos dos justiceiros torturando as pessoas