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Enviada em: 31/01/2018

A justiça pela mão dos justiceiros Vingança. Violência. Tortura. Esses são os três pilares da chamada justiça com as próprias mãos. Apesar de baseada na ideia primitiva da lei de Talião " olho por olho, dente por dente",é notório que a essência do antigo código de Hamurábi ainda se faz presente. Gerando uma sociedade cada vez mais violenta, a naturalização dessa prática é resultado de uma errônea noção de justiça, e pela fraca intervenção Estatal na criminalidade.  Na obra " Os Bruzundangas", Lima barreto cria um país fictício, onde a justiça é ineficiente, e os moradores realizam o Poder Judiciário. Apesar de anos após sua escrita, ainda é possível observar a sátira do autor ao Brasil. Com o Estado fraco na execução de leis à criminalidade e a demora do Poder Judiciário em diversos casos, a população se tornou desconfiada em relação ao governo. Desta forma, lamentavelmente, se sentem na obrigação de realizar justiça no que julgam necessário. Assim, o país se tornou palco de diversas práticas de violência, no intuito de justiçar a criminalidade. O caso mais recente, foi o ladrão que teve sua testa tatuada com " sou ladrão e vacilão" ao ser pego no momento do furto.   Ainda convém lembrar que, a noção primitiva do que é justiça é que causa todo esse reboliço. A ideia de vingar ao invés de reabilitar é o que gera violência. A população não vê o criminoso com alguém igual, e daí que surge a famosa frase " direitos humanos, para humanos direitos". E é por isso que Thomas Hobbes argumentava que o ser humano nasce violento e precisa da ação do governo para que exista a coesão social.   Diante disso, é notório que para diminuir a justiça com as próprias mãos é preciso que o governo, especificamente o Poder Judiciário faça seu real papel, evitando a existência dos justiceiros, que confundem justiça com violência. Os Direitos do Cidadão precisam ser respeitados, e só a intervenção do poder estatal, tomando frente a tais atos, e sendo eficiente no combate a criminalidade será capaz de conter a prática da violência.