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Enviada em: 02/02/2018

O código de Hamurabi, um dos mais antigos conjuntos de leis, determinava que os praticantes de crimes deveriam sofrer as mesmas consequências que causaram. Mesmo após mais de 3000 anos, o Brasil continua registrando diariamente crimes que fazem referência a tal pensamento, ignorando os avanços sociais, negando os direitos humanos.       Descrentes com o funcionamento das instituições, cidadãos das mais diversas classes sociais acreditam que são mais ágeis e eficazes do que os órgãos competentes. Com uma mídia que cultiva no imaginário coletivo que a violência é natural e está presente nas mais diversas áreas do convívio humano, a justiça não parece ser uma exceção.        A veracidade dos fatos, muitas vezes não é atestada pelos justiceiros e, sem o direito de defesa, algo primordial num estado democrático de direito, inocentes são torturados ou mortos, sem sequer saber o porquê. Os critérios utilizados para identificar um suposto criminoso, são baseados em cor de pele e classe social, tendo em vista que negros e pobres estão mais predispostos a serem linchados por cometer crimes do que brancos.        Entretanto, este racismo e seletividade não é exclusivo das pessoas que praticam a justiça com as próprias mãos. Estas práticas estão presentes também justamente nas instituições que deveriam proteger os cidadãos, porém, cada vez mais, torna se público o descaso das mesmas para com os princípios isonômicos, assegurados pela constituição federal.        Levando-se em consideração estes aspectos, entende-se que o estado se apresenta insuficiente para lidar com as demandas da população no que se refere à justiça. Isto, por sua vez, acaba levando pessoas a cometerem atrocidades, que acreditam compensar a falta de resultados palpáveis apresentados pelas instituições. Para solucionar tais problemas, é preciso fazer da justiça uma instituição forte, transparente e presente na vida dos brasileiros, conscientizando-os sobre as leis, para que os mesmos sejam capazes de usufruir, em plenitude, seus direitos, sabendo de seus deveres.