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Enviada em: 12/02/2018

Em 2014, um professor de História foi espancado por moradores de um periferia de São Paulo após ser confundido com um ladrão assaltara um bar, sendo que as agressões só cessaram quando ele explicou a Revolução Francesa para os bombeiros que passavam pelo local. Esse é mais um dentre os muitos casos de linchamentos realizados pela população no Brasil sob a premissa de se fazer valer a justiça. Mas assim como foi o caso do professor, muitas pessoas são covardemente espancadas no país sem direito algum a se defenderem conforme os parâmetros da Constituição. Nesse contexto, é necessário avaliar os principais fatores que corroboram para essa onda de violência crescente, a fim de adotar medidas que busquem inibir esse índice.       Em primeiro plano, pode-se destacar como as principais causas que levam à prática da justiça com as próprias mãos no Brasil a morosidade do sistema Judiciário e a falta de segurança em áreas periféricas de grandes cidades. O país se encontra em uma grave crise no Judiciário, em que as decisões jurídicas estão cada dia mais lentas e em boa parte das vezes os resultados não são satisfatórios. Agrava-se a isso a insegurança da população, sobretudo em áreas marginalizadas (geograficamente e socialmente), onde o índice criminal é maior.e o predomínio da baixa renda torna insustentável arcar com um advogado para buscar um resolução jurídica que pode levar anos.       Tais fatos têm por consequência o descrédito da população em relação ao sistema estatal de justiça e segurança brasileiro, e é nesse contexto que surgem pessoas buscando fazer valer seus direitos por si mesmas. O problema é que ...       Diante desse cenário que se nota no Brasil, é necessário fazer com que a população saiba o quão errado é responder à criminalidade a partir de métodos pessoais e retomar sua confiança no aparato estatal. Para tanto não bastam apenas campanhas conscientizadoras direcionadas à comunidade, é preciso que o Judiciário busque maneiras de reverter o atual "inchaço" em que se encontra, para que possa funcionar de forma eficaz, atendendo a todos igualmente. Soma-se a isso a atuação da Polícia militar, se aproximando mais da população para se inteirar sobre os seus problemas, prestando assistência, garantindo a segurança e mostrando que não é necessário recorrer a práticas individuais para se fazer a justiça.