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Enviada em: 06/02/2018

Indubitavelmente,a justiça com as próprias mãos é um grave problema no Brasil.Tal problemática tem como raiz a insatisfação popular quanto a punição dos crimes por parte do Estado.Desse modo,a sociedade decide fazer sua própria justiça,ignorando os direitos humanos da vítima e praticando atos bárbaros de violência.    É importante pontuar,de início,que o artigo 5° da constituição Federal garante,a todos que vivem no Brasil, o direito à vida.Entretanto,tal direito tem sido ignorado quando uma parcela da população, por não acreditar no poder do Estado em promover a justiça,pune um indivíduo com atos de violência.A exemplo disso, pode-se citar o caso da dona de casa Fabiana Maria que foi espancada e morta por moradores de Guarujá,São Paulo,após ser acusada de usar crianças em rituais de magia negra.Portanto,é perceptível que casos como esses apenas promovem a demostração de ódio,impedem a vítima do direito de se defender das acusações e provocam, em muitos casos,a morte do agredido.    Nesse viés, percebe-se que o justiçamento é uma maneira inconstitucional de punir crimes.Segundo a socióloga e pesquisadora Jacqueline Senhoretto, atos de justiça com as próprias mãos são permeados de violência física desproporcional.Como exemplo disso, tem-se o caso,ocorrido em 2017, do jovem que teve a frase "sou ladrão e vacilão" tatuada em sua testa após tentar furtar uma bicicleta. Desse modo, é notável que os atos cometidos por justiceiros são extremamente violentos,podendo causar nas vítimas grandes traumas psicológicos e o medo de viver em sociedade.Devido a tal fato, torna-se difícil o trabalho de reinserir esse indivíduo agredido no meio social.    Em vista de tais problemáticas, medidas são necessárias.É preciso que o Estado atue com mais rapidez e agilidade nas investigações e punições de crimes, tornando-se mais eficiente na promoção da justiça.Necessita-se também que o Governo invista mais verbas em segurança pública e amplie o número de policiais nas ruas. Desse modo, seria retirado da sociedade o medo e a vontade de praticar o justiçamento. É necessário também que a própria justiça encaminhe as vítimas de agressões para os Centros de Atenção Psicossocial(CAPS), para que, por meio de terapia, essas pessoas possam ser tratadas a fim de voltarem a atuar normalmente na sociedade. Caso tais medidas sejam tomadas, a justiça com as próprias mãos não será mais um problema no Brasil.