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Enviada em: 01/02/2018

Quando o Estado não cumpre seu papel forte, justo e punitivo, acaba desencadeando uma maior violencia urbana e, com ela, a justiça com as proprias mãos, onde uma pessoa ou grupo procura vingar um crime atraves do uso da violencia, agressão e tortura. Ocorrendo com maior frequência em locais onde o medo e sensação de impunidade são constantes. Recentemente nas redes sociais repercutiu o caso do tatuador preso em flagrante por tortura após postar um vídeo em uma rede social onde ele tatua na testa de um adolescente de 17 anos a frase "sou ladrão e vacilão", pois o jovem era suspeito de uma tentativa de furto a uma bicicleta. Este caso mostra que as redes sociais acabam por propagar este tipo de violencia e retomar a ideia do "olho por olho e dente por dente" tida como lei nos primórdios da humanidade. Se cada um começar a praticar a justiça com as proprias mãos não existirá mais o papel central da lei, que é julgar o ato cometido e não a pessoa, e cada um irá buscar as próprias bases para determinar o que é correto ou não, pois a sociedade tende a julgar a pessoa e não o ato em si. Neste caso não pode-se esperar que a pessoa prejudicada, ou com sentimento de injustiça, tome por base qualquer principio. Muitas vezes essa violencia usa como mascara a legitima defesa para não sofrer as punições determinadas pela lei, contudo, a lei remete a legitima defesa o ato de usar moderadamente os meios necessários para repelir injusta agressão a direito seu ou de outro. Ou seja, agredir uma pessoa em plena consciência somente por querer fazer justiça é condenado como crime pelo artigo 345 do código penal, e tem como pena detenção de 15 dias a um mês ou multa e a pena correspondente a violencia.  Justiça com as próprias mãos não é fazer a justiça em si, mas sim utilizar a violencia contra a violencia dando como desculpa a falta de autoridade do Estado. Porém criar as proprias leis não faz uma sociedade melhor, é preciso restaurar um Estado que consiga passar a ideia de segurança, justiça e estabilidade, além de melhorar as leis atuais de forma a torna-las fáceis de serem colocadas em prática, pois temos hoje leis desatualizadas e que não funcionam.