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Enviada em: 26/07/2019

A utilização de um discurso persuasivo,com apelo emotivo e,geralmente,falacioso,se tem presente desde a Grécia Antiga pelos sofistas, cujo objetivo principal era o convencimento social, sem compromisso pleno com a verdade.Na contemporaneidade, as mídias sociais, como os jornais, deveriam ser responsáveis pela disseminação de informações fidedignas, legisladas pelo Código de Ética da profissão. No entanto, em paralelo aos sofistas antigos, o jornalismo brasileiro atual pauta-se na exposição de conteúdos sensacionalistas, os quais, com a intenção de gerar visibilidade e convencimento, isentam-se do compromisso com a verdade, disseminando, em geral,notícias falsas e excessivamente exclamativas, rompendo,assim, com seu regimento profissional.Dessa forma, cria-se um contexto prejudicial à sociedade, o qual ocasiona não só alienação aos leitores, mas também um ambiente de acirramento ideológico, fomentado pelas informações veiculadas pela mídia.  Precipuamente, cabe destacar o amplo poder de persuasão que as informações disseminadas pelo jornalismo atual possui - em sua maioria,apresentam um conteúdo de fácil entendimento, que assiste aos mais variados públicos- resultando na alienação social. Nesse contexto, de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto IPSOS, 65% dos brasileiros entrevistados afirmaram confiar plenamente na mídia, sendo, porém, 42% a média dos outros países participantes. Assim, tutelado pelo conteúdo exposto, o indivíduo limita-se a desenvolver criticidade a respeito dos temas abordados, sendo escravo desse sistema, mantendo-se, dessa forma, no estágio de menoridade intelectual, segundo o filósofo prussiano Immanuel Kant, sendo incapaz de discernir falácias de conhecimentos verdadeiros.  Outrossim, é fato que o embate ideológico, estimulado pelo acesso constante a notícias sensacionalistas, mantém-se presente na sociedade brasileira. Nesse aspecto, dominados pela intensa credibilidade depositada no jornalismo, os indivíduos entram conflito a fim de impor seus pontos de vista, considerando-os, sob influência da mídia, verdades indubitáveis. Desse modo, sem uma discussão racional, os indivíduos permanecem em uma bolha intelectual, limitados a uma única vertente ideológica, cuja validade não é assegurada,ambiente semelhante à caverna alegórica de Platão, sendo tais indivíduos conduzidos pela realidade sensacionalista projetada pela mídias jornalísticas.  Destarte,urge ao Estado fazer com que as mídias jornalísticas cumpram com o Código de Ética da profissão, por meio de leis  que permitam a punição de veículos que utilizem do sensacionalismo para a disseminação de notícias falsas, respeitando a democracia,a fim de cessar o fomento aos conflitos ideológicos pautados em inverdades e a alienação social, expondo notícias fidedignas,que permitam ao indivíduo ter criticidade, deixar de ser tutelado e, assim, atingir à maioridade kantiana e sair da caverna.