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Enviada em: 10/09/2019

Durante o Estado Novo, os encarregados da propaganda procuraram aperfeiçoar-se na arte da empolgação e envolvimento das "multidões" através das mensagens políticas no rádio e na televisão. Nesse sentido, a presença de um jornalismo tendencioso e de cunho apelativo é um grave problema hodierno, mas que possui suas raízes no passado brasileiro. Todavia, a necessidade de audiência e a falta de senso critico dos cidadãos são fatores que corroboram a persistência do sensacionalismo no cenário jornalístico atual.      Primeiramente, as mídias sociais vivem uma cultura da audiência a qualquer preço, haja vista os esforços para a aceitação do publico. Sob essa óptica, títulos sensacionalistas, notícias tendenciosas e parciais são presentes na mídia brasileira. Desse modo, o caso da repórter Mirella Cunha que foi demitida após debochar de um suspeito, evidencia o lado perverso do sensacionalismo. Diante dessa realidade, em consonância com o pensamento do filósofo Byung-Chul Han, é notório que o constante estado de alienação e queda dos valores morais na sociedade está intrinsecamente ligado a um jornalismo parcial e longe dos princípios igualitários.        Acresce-se a isso , a ausência de senso crítico dos indivíduos perante os desvios jornalísticos. Em um mundo regido por pós-verdades, as noticias exageradas e de cunho sensacionalistas sob o disfarce de verdades absolutas, são conseqüências da valorização de conteúdos regados a emoções. Sob essa óptica, dados de uma pesquisa realizada pelo G1, revelam que 40% das pessoas não conseguem identificar imagens manipuladas. Contudo, há uma necessidade dos indivíduos se libertarem dos valores pós-modernos que o induz a procurar notícias que endossem o seu ponto de vista, para assim alcançar a maioridade racional Kantiana.          Torna-se evidente, portanto, os efeitos negativos do sensacionalismo jornalístico. Para reverter tal cenário, os professores de ciências sociais devem trabalhar a temática dentro das salas de aula através de series como Black Mirror. Ademais, mais programas como ´´Isso é verdade?´´do Fantástico, devem ser criados e incentivados, para o desmascaramento desse tipo de notícias. Assim, haverá a formação do senso crítico tanto nas crianças quanto nos adultos simultaneamente. Só assim, poderemos alcançar a maioridade racional pregada por Immanuel Kant.