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Enviada em: 24/08/2019

Com a vinda da Coroa Portuguesa ao Brasil no século XIX, Dom João VI declarou o "nascimento da imprensa brasileira", uma mídia destinada à elite que residia na capital, moldada e influenciada pela corte portuguesa. Depois de alguns anos, a mesma tornou-se a arma principal para as grandes ditaduras brasileiras, Varguista e Militar. Por muito tempo, a mídia brasileira foi utilizada pela elite com o intuito de impor uma opinião à sociedade. Entretanto, com o fim da ditadura militar o jornalismo brasileiro tornou-se livre da manipulação elitista, garantindo o direito de transmitir as notícias imparcialmente. Contudo, a mídia atual brasileira é um espelho da sociedade que nunca é neutra, logo o sensacionalismo jornalístico tornou-se peça fundamental para manter a atenção do receptor. Porém a parcialidade da mídia brasileira torna-se um problema, pois a sociedade brasileira é cordial, então o sensacionalismo jornalístico parcial é transmitido como uma verdade absoluta e inquestionável, o que traz a alienação da sociedade e a recusa do uso da razão.  Segundo Sérgio Buarque de Hollanda, o brasileiro é um ser cordial, ou seja, valoriza o sentimento no lugar da razão. A cordialidade brasileira é evidente nos dias atuais, demonstra-se em brigas de estádio de futebol, na questão política e até mesmo em gostos musicais. Como a mídia brasileira é formada por jornalistas brasileiros e seus objetivos não são somente informar o leitor, mas sim garantir sua atenção, atividades como o sensacionalismo e a imparcialidade são perceptíveis e aceitas sem nenhum pensamento crítico da sociedade, levando os cidadãos brasileiros a um estado de alienação.  "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo." Raul Seixas, nos anos 70, manisfestou-se sobre sua indignação à aceitação e manutenção da sociedade em prol da "velha opinião formada sobre tudo". É indubitável que o brasileiro movimentado pelos sentimentos cria sua opinião sobre algum assunto e a mídia, sendo o reflexo da sociedade, reforça essa opinião, fazendo com que o indivíduo tenha sua opinião como a verdade absoluta inquestionável, tendo o prevalecer do senso comum e o distanciamento do senso crítico. Logo, quando contradições de opiniões ocorrem, a racionalidade é descartada e a agressão física e verbal são ratificadas. Devido aos fatores mencionados, percebe-se que a mídia tornou-se um veículo essencial para a alienação da sociedade e a recusa da racionalidade. Para solucionar esse problema, o Ministério da Educação deve aumentar a carga horária de Filosofia e Sociologia nas escolas públicas brasileiras, enfatizando assuntos como o senso comum e crítico, pela inserção de um período extras nas escolas, para que a sociedade brasileira não seja uma sociedade das emoções e sim uma sociedade da razão.