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Enviada em: 19/08/2019

Em fins do século XX, Gil Gomes destacou-se no jornalismo do SBT pela dramaticidade com que relatava casos policiais. Utilizava roupas com cores berrantes, gestual inapropriado e, nas suas narrativas, insinuava que os suspeitos do crime eram efetivamente os verdadeiros criminosos. Esse comportamento sensacionalista está longe de ser uma realidade superada, uma vez que, atualmente, embora travestido noutras formas, o jornalismo nacional permanece focado noutras causas desvinculadas da informação.       Em primeiro lugar, é interessante notar que, na história verde-amarela, há bastantes casos de uso inapropriado do jornalismo. Por exemplo, pode-se citar a contratação do Grupo Globo pelo regime da Ditadura Militar, cujo estratagema previa a troca de apoio político por valores econômicos. Dessa forma, o jornalismo permitiu-se contaminar pela pecha da corrupção, e, desse modo, perdera a credibilidade da veracidade da informação em face do apoio a uma causa escusa àquela de interesse ao bem comum.       Noutro giro, se no final do século passado a televisão era o meio de comunicação em massa preferido da escola de Adorno e Horkheimer, o fato é que, com os avanços tecnológicos, mudou-se a forma de fazer jornalismo, mas o sensacionalismo continuou igual. Recentemente, sem citar a origem de suas publicações, Glenn Greenwald divulgou no seu blog profissional dados preocupantes sobre a atuação de Sérgio Moro como juiz federal. Quando a Polícia Federal descobriu serem produto de crimes virtuais, o jornalismo fora questionado sobre a incolumidade do conteúdo.       Portanto, com a finalidade de evitar que o direito de expressão garantido na Constituição Federal de 1988 seja desacreditado pelo sensacionalismo, é necessário que o Ministro da Justiça proponha um projeto de lei no Congresso Nacional. Assim, poderá criar tipos penais ou administrativos com penas de multa ou de cadeia para jornalistas que façam mal uso da profissão. Além disso, o mesmo ministério poderia lançar uma campanha aos meios de comunicação estimulando a verificação de notícias veiculadas. Assim, o brasileiro seria informado e não enganado.