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Enviada em: 21/08/2019

Durante o período da ditadura de Getúlio Vargas em 1937, conhecida como Estado Novo, o papel da imprensa se limitava a apenas exaltar o nacionalismo do Brasil e elogiar o governo do  presidente, em que a partir do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) a censura a opositores do regime era uma característica marcante. No limiar do século XXI, o país vive um democracia pautada na liberdade de expressão e possibilidade da mídia expressar-se da maneira que desejar. No entanto, a presença do sensacionalismo no jornalismo brasileiro é um problema recorrente. Tal fato advém da busca exagerada por audiência, e associado ao pouco senso crítico da população acarreta malefícios ao âmbito coletivo.  Em primeiro plano, é válido ressaltar que a procura exacerbada por o aumentos dos lucros a partir de muitas visualizações gera a banalização de acontecimentos graves e inaceitáveis em uma sociedade civilizada. Exemplo disso são as diversas notícias, veiculadas na internet e na televisão, com títulos sensacionalistas e chamativos sobre casos de violência e fragilidade de relações interpessoais. Nesse contexto, os jornalistas percebem que uma notícia gera ibope e passam a repetir o seu formato muitas vezes, pois como a população acessa aquele conteúdo frequentemente, publicações do mesmo tipo aumentam os ganhos das empresas que a produzem. Sob esse viés, há a reprodução do conceito de "Banalização do mal", estudado pela importante socióloga Hannah Arendt, no qual um fato replicado constantemente tende a ser considerado normal. Dessa forma, ocorrências de assaltos, roubos ou estupros já não impressionam os cidadãos, que terminam por não dar a devida importância a tais fatos.  Ademais, a falta de senso crítico da população contribui para a manipulação de seus pensamentos a favor da ideologia midiática. De acordo com os pensadores da Escola de Frankfurt, quando a informação está concentrada nas mãos de um oligopólio, ela é manipulada conforme os interesses das classes dominantes. Nesse sentido, o jornalismo, muitas vezes, não cumpre a função de informar e debater de forma imparcial, pois distorce informações a partir de escolhas lexicais e imagéticas, abordando somente o que for favorável ao seu ponto de vista. Além disso, a formação educacional precária dos cidadãos acarreta aceitação a tudo que for colocado como correto, em que não há reflexão  das informações relevantes, promovendo a homogeinização da consciência social.   Portanto, a presença do sensacionalismo brasileiro é um entrave para a ordem social. A solução não é censurar, mas sim educar. Por isso, cabe ao Ministério da Educação atuar nas esolas na formação do senso crítico dos indivíduos. Para isso, deve implementar no ano letivo aulas mais aprofundadas de ciências humanas e tecnologias da informação e comunicação, em que por meio de aulas, debates, palestras e projetos sociais, os cidadãos consigam filtrar as informações para não serem manipulados.