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Enviada em: 06/10/2019

Em 2008, ocorreu o "Caso Eloá", quando uma garota de 15 anos, após ter ficado por mais de 70 horas em cativeiro, foi brutalmente assassinada pelo ex-namorado que não aceitava o fim do relacionamento. A mídia, em busca de audiência, criou matérias sensacionalistas, que deram informações privilegiadas da negociação ao criminoso. No mundo hodierno, percebe-se que o jornalismo não aprendeu com o erro de 2008, em que, na busca por mais audiência, cria notícias exacerbadamente sensacionalistas, moldando a opinião do público. Desse modo, cabe analisar as causas, bem como, os prejuízos sociais gerados por essa problemática.        A priori, cabe analisar o que motiva essa problemática a acontecer. A Guerra Fria foi uma corrida armamentista travada após a Segunda Guerra Mundial, entre as duas principais potências da época, os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS), e seus respectivos modelos econômicos, capitalismo e socialismo. Ela teve fim na década de 1990, e o modelo americano foi aderido em quase todo o planeta. Isso afeta diretamente o jornalismo dos dias atuais, que inserido no capitalismo, visa o lucro máximo criando notícias extremamente sensacionalistas para atrair público. Nesse sentido, torna-se evidente que a obtenção de lucros é um dos principais motivadores dessa problemática.    A posteriori, é imprescindível ressaltar os prejuízos sociais causados por esse tema. O sensacionalismo do jornalismo brasileiro, em conjunto com matérias tendenciosas, molda a opinião da massa, gerando uma escassez nos recursos argumentativos da população, que restringe o número de debates entre divergentes concepções, além de ferir a liberdade de expressão assegurada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas (ONU). Desse modo, é notável que o sensacionalismo jornalístico causa graves problemas de comunicação.       Portanto, é mister que o Estado tome providências para melhorar o quadro atual. Para reduzir a alienação da população com notícias imparciais, urge que o Ministério da Educação, em parceria com as instituições de ensino, insira psicólogos e especialistas dentro das escolas para ministrar aulas, através de incentivos dos professores de filosofia e sociologia, objetivando, em horário escolar, amenizar e conscientizar os alunos de falsas informações. Outrossim, para tornar a discussão entre opiniões divergentes cada vez mais comum, compete ao Ministério da Cultura a criação de “oficinas” de debate com a participação da população, por meio de eventos, fora do horário comercial, para atrair o maior número de público. Somente assim, a influência do jornalismo em casos, como o da Eloá, diminuiria drasticamente.