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Enviada em: 25/06/2018

Família, um Direito de Todos          No Brasil, o prelúdio do modelo de pensamento dogmático ideal-patriarcal de família remonta aos meandros do século XVI, decorrente das invasões e ocupações dos colonizadores europeus, trazendo a ideia da existência de uma família “ideal” que engloba, ainda hoje, a ideia da filiação “natural” (biológica), sendo que, a adoção jamais é pensada como uma primeira opção de maternidade ou paternidade.        Todavia, hodiernamente, a adoção no Brasil é vista como uma medida protetiva à criança e ao adolescente, sendo um processo que prioriza o bem-estar daqueles que estão em situação de adoção, a fim de oportunizar o desenvolvimento físico, psicológico, educacional e social, visto que, pessoas precisam de afeto e vínculos familiares que são extremamente benéficos na construção de sua identidade pessoal, social, cultural, e isso não se encontra numa instituição, por melhor que ela seja.         Porém, notam-se desafios ligados a adoção, sob esse viés, pode-se apontar o descompasso entre o perfil desejado de futuros pais diante dos futuros filhos adotivos, haja vista a cultura predominante, a qual sempre privilegiou e incentivou o acolhimento de recém-nascidos, ao mesmo tempo que cercou de hesitações a adoção de crianças maiores, em especial de adolescentes.        Além do mais, há que se destacar a questão da demora do processo judicial, outrossim, faltam psicólogos, assistentes sociais que assinam os laudos e os estudos técnicos necessários para definir a situação da criança, o que acarreta que aos pueris acabam ficando muito tempo nas instituições.         Diante do exposto, cabe aos órgãos competentes mobilizar a sociedade e fomentar a discussão em torno do processo de adoção de crianças e adolescentes, bem como fortalecer uma nova cultura de adoção no Brasil, semelhantemente a iniciativa do Encontro Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (Enapa), o qual possuí grupos de apoio destinados a casais que pretendem adotar, sendo que que estes começam a frequentar e, por conseguinte, amadurecem o sonho de tornar-se pais, admitindo e assimilando novas possibilidades.