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Enviada em: 22/07/2018

A adoção de crianças e adolescentes no Brasil é ainda influenciada pelo preconceito, sendo que meninas pardas são as procuradas em detrimento de meninos, pele negra e portadores de deficiências.  Isso é preocupante, pois muitas crianças ficam anos na fila de adoção e a escolha depende exclusivamente do casal adotante. Logo, medidas devem ser tomadas para reequilibrar a adoção de crianças, evitando longas filas de espera.      Segundo dados do governo federal, apenas um terço dos casais pretendentes aceitam negros. Quanto ao sexo, são procurados três vezes mais meninas do que meninos. Dessa forma, os meninos negros tendem a ficarem longos períodos na fila de adoção refletindo o preconceito da sociedade brasileira, que ainda carrega traços culturais fortes do período colonial.        Nesse sentido, observamos que o direito de escolha, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), reforça a discriminação a medida que não incentiva a adoção de meninos negros e portadores de deficiência, nem apresenta incentivos à fim de equalizar o processo de adoção.             Desta forma,  a questão das crianças no Brasil precisa ser revista visando a priorizar à adoção daquelas socialmente marginalizadas pelo preconceito. Nesse sentido, ações devem ser tomadas como o incentivo a grupos familiares com traços biológicos, a concessão de incentivos fiscais a casais que adotarem crianças com maior risco de rejeição e campanhas publicitárias de incentivo a adoção visando à quebra de preconceitos de cor e até mesmo de sexo.