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Enviada em: 24/07/2018

No clássico literário canadense "Anne of Green Gables" (na tradução canarinha "Os amores de Anne"), a adolescente órfã Anne, depois de viver entre famílias e orfanatos distintos, realiza aos 12 anos o sonho de pertencer a alguém. Tal como na ficção, no Brasil, crianças e adolescentes sonham com suas futuras famílias enquanto permanecem na longa espera pela adoção. Sob esse aspecto, convêm analisarmos os principais fatores que acerca desse assunto.    É indubitável que há grande demora no processo judicial no que tange a adoção. Tal fato é explicável devido a pesada malha burocrática brasileira que deve assegurar os trâmites legais tanto para adotante quanto para o adotado.     Outrossim, outra questão que contribui para a demora, ou ainda pior, para que o processo nem ocorra são as preferências por cor, idade e sexo. Hodiernamente, ainda existem preconceitos ao redor da família mediante à crenças como a de que o sentimento de filho é forjado se, e somente se, ocorra desde bebê; que meninas são mais dóceis e obedientes; ao ideal no qual famílias devem aparentar a mesma etnia, como no caso de racismo contra Titi, filha adotiva de atores brancos de olhos azuis, exibido no programa Fantástico.    Dessa forma, medidas são necessárias para solucionar o empasse. Faz-se importante a desburocratização do processo adotivo de modo que o Ministério Público (MP) através de análise minuciosa deve reformular os passos necessários e repassar a Câmara Legislativa para aprovar as alterações. Também, o MP deve divulgar em veículos de comunicação amplos como televisão e redes sociais campanhas de conscientização acerca dos reais motivos preferenciais por "raça", sexo ou faixa etária; como o preconceito que destroe sonhos que mal começaram.    Sem embargo, como afirma o sociólogo Karl Marx, o homem é um ser social e todos queremos uma família e sermos amados por ela. Cabe a nós, assim, derrubar as barreiras que separam essas famílias.