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Enviada em: 30/07/2018

Menos crianças e adolescentes sem lar   Desde a antiguidade, praticamente todos os povos praticaram o instituto da adoção, acolhendo crianças como filhos naturais no seio das famílias. No Brasil, ao longo dos anos, o processo adotivo sofreu mudanças que facilitaram a adoção de uma criança ou adolescente. Ainda assim, enfrentamos alguns desafios como a extensão de tempo do processo, o preconceito com a adoção tardia e a preferência pela cor da pele.      A adoção ganhou as primeiras regras formais no país com o Código Civil de 1916. Segundo esse, o ato de adotar era restrito para um homem e uma mulher que fossem casados, sem filhos legítimos e tendo um deles idade superior a 50 anos. Atualmente, segundo as leis do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adoção pode ser realizada por pessoas solteiras e casadas, com idade superior a 18 anos e podendo ou não ter filhos naturais. Outro grande avanço no país foi a aprovação da adoção por casais homoafetivos em 2015.     O cenário, no entanto, não é todo positivo. Para cada criança na fila de adoção há seis famílias interessadas. Todavia, a maioria não se encaixa no perfil desejado pelas pessoas que querendo adotar. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 67, 8% das crianças não são brancas, entretanto, 26,33% dos futuros pais só aceitam crianças brancas. Além do preconceito racial há uma menor aceitação na recepção de crianças com faixa etária elevada. Lembranças da família biológica, dificuldade de adaptação e vícios incorrigíveis são alguns dos medos dos futuros pais em relação a adoção tardia.     Diante dessa realidade, é essencial a promoção de campanhas e palestras, por ONG’s e orfanatos, que possam conscientizar os futuros pais adotivos sobre a importância de oferecer uma família e um lar para cada criança fim de mobilizar as práticas de adoção tardia. O acompanhamento com um psicólogo, nesses tipos de processos, se faz necessário para que a adoção seja natural tanto para o adotado quanto para o adotando. Cabe também aos órgãos públicos uma maior agilidade nas análises dos processos adotivos. Com essas ações, acredita-se que ocorra uma gradativa diminuição no número de crianças e adolescentes que esperam por um lar.