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Enviada em: 30/07/2018

Seja por meio da escolha de madrinhas e padrinhos - os quais possuíam a função social de "segundos pais"-, como faziam os antigos, seja através da adoção; o futuro e o bem estar das crianças e adolescentes sempre foi uma questão de preocupação. Apesar disso, diversas barreiras - estabelecidas tanto pelas famílias que buscam a adoção, quanto pelos órgãos responsáveis por aprová-la - tornam cada vez mais distante e incerto o tão sonhado futuro familiar.   De um lado, famílias, embora ansiosas pela adoção, impõem exigências com relação à criança - sexo, idade, cor... tornam-se pré-requisitos para um lar. De outro, processos jurídicos priorizam laços biológicos à vínculos afetivos. A intenção é sempre retornar os menores para as famílias biológicas, sendo a adoção um processo excepcional, o qual pode levar anos. Diante dessa perspectiva, apesar da criança sofrer agressões nas visitas familiares, havendo uma família interessada em adotá-la, a preferência da guarda ainda é dada a família biológica.  Tais situações colaboram para os longos anos de espera, sendo a incerteza de superá-los um dos fatores que levam as pessoas a desistirem de adotar. Somado a isso há o "medo" de adotar - causado, em partes, pela crença em certos conceitos segregacionistas, como por exemplo a ideia de "genes ruins". Desmistificar o que é a adoção é um passo de grande importância para o futuro de muitas vidas.   Vale ressaltar que, como consequência dos demorados processos ou de não se encaixarem nos perfis exigidos, um grande número de crianças e adolescentes passa grande parte de sua vida em abrigos e orfanatos, vivendo com uma identidade de "órfãos e abandonados", sem sentimento de pertencimento, apenas de abandono e uma insegurança emocional que poderá assombrá-los para o resto da vida.