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Enviada em: 30/07/2018

Conforme a Declaração Universal dos Direitos da Criança pela ONU, todas as crianças têm direito à alimentação, moradia, ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade. Entretanto, tais direitos encontram-se infringidos, uma vez que, de acordo com o balanço do Cadastro Nacional de Adoção, no Brasil há 47 mil crianças e adolescentes que crescem nos abrigos e enfrentam, frequentemente, forte exclusão social devido ao preconceito enraizado, culturalmente, no âmbito popular. Assim, diversas medidas devem ser tomadas a fim de combater este problema, incitando uma maior atenção do Poder Público na fiscalização e cumprimento  dos direitos fundamentais das crianças.    A priori, vale ressaltar que, as crianças retiradas para adoção situam-se desamparadas, socialmente, desde suas experiências anteriores ao abrigo, já que vivenciavam frequentes casos de extrema pobreza e maus-tratos por parte dos pais biológicos, os quais, similarmente, são vítimas da sociedade. Segundo o filósofo Karl Marx, as relações de produção capitalista impossibilitam os direitos inalienáveis de liberdade e justiça, porquanto dividem os homens em proprietários dos meios de produção, dessa maneira, os problemas sociais, como a pobreza, são originados. Assim, retrata-se uma sociedade corrompida pela inefetividade do Estado, formando-se, dessa forma, uma geração vitimizada. Logo, é notório que se os pais biológicos tivessem condições gerais favoráveis e amparadas, o número de crianças e adolescentes vítimas de exclusão social seria reduzido.     Outrossim, durante o processo de adoção, a questão racial torna-se o seu principal problema. Com base nos registros do Conselho Nacional de Justiça, 92,2% dos pretendentes dizem aceitar uma criança branca, ante 51,9% que se mostram abertos a uma criança negra. Desta forma, as vítimas desse processo não só sofrem pelo abandonamento afetivo dos pais biológicos, mas também pela discriminação devido a falta de empatia e respeito dos pais candidatos. Ademais, as características físicas e faixa etária são constantemente julgadas por estes. Dessa maneira, ao serem rejeitados e ao atingirem a idade máxima dentro do abrigo, são retirados e levados, novamente, à margem da sociedade, adquirindo pré-disposição para novos problemas urbanos, como a criminalidade.        Entende-se, portanto, que a adoção de  Crianças e Adolescentes é uma questão a ser debatida, visto que, tais crianças são vítimas de um processo cíclico causado, principalmente, por descaso político. Destarte, o Ministério Público, junto com, o do Desenvolvimento e o da Educação deveriam criar estratégias de erradicação da pobreza a fim de reduzir o número de crianças abandonadas em abrigos e campanhas contra o racismo, com o intuito, de estabelecer uma sociedade tolerante. Além da participação midiática na divulgação dessas campanhas para alcançar a maior parte da população.