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Enviada em: 20/08/2018

"Eu quero ficar só, mas comigo só eu não consigo, eu quero ficar junto, mas sozinho só não é possível". Considerando esse relevante trecho da música Amor Maior, de Jota Quest, o amor entre pais e filhos é o mais pleno, mas muitas crianças são abandonadas e carecem desse sentimento. Assim, acerca da reflexão sobre dificuldades de harmonia familiar, convém analisar o cenário sobre os desafios no processo de adoção. Nessa perspectiva, é urgente debater as barreiras para romper a idealização da adoção e diminuir preconceitos e os altos índices de abandono e rejeição.     De início, a ideia de preferência por idade no momento da adoção revela-se um dos maiores problemas a serem enfrentados. Isso porque, a maioria dos casais optam por acolher bebês, fator que acarreta maior entrave nas adoções de crianças com idades mais elevadas. Prova disso está que no Brasil, há mais de 44 mil crianças e adolescentes vivendo em abrigos, segundo O Conselho Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA). Além disso, o índice de pessoas dispostas a adotar adolescentes (acima de 11 anos) é inferior a 1%, conforme cadastros do Conselho Nacional de Adoção (CNA).      Como se isso não bastasse, destaca-se o abandono e rejeição, que, por diversos motivos, impulsionam ainda mais essa problemática. Tendo em vista que, a gravidez indesejada ocasiona aumento no percentual de crianças para adoção. Dessa forma, por ser o décimo país mais desigual do mundo, o  Brasil possui inúmeros casos de falta de esclarecimento sobre educação sexual. Sendo assim, muitas vezes, por não ter condições financeiras para criar vários filhos, casais em situações de miséria, optam por abandonar seus filhos.          Portanto, faz-se necessário que o Estatuto da Criança e do Adolescente promova, juntamente com as principais emissoras na mídia, campanhas publicitárias que abordem o contexto de adoção, de maneira que incentive mais casais a executarem essa ação. Além disso, nos abrigos deve existir profissionais como psicólogos, que possam, em primeiro momento, entrevistar os supostos pais dispostos a adotar, a fim de relatar o quanto é importante escolher adotar as crianças e adolescentes, e também, garantir apoio e atendimento frequente para facilitar a adaptação com a nova família. Com essas ações, as crianças e adolescente que antes eram abandonados, poderão viver o amor mais pleno: o laço familiar.