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Enviada em: 29/08/2018

Desde o iluminismo até hoje entende-se que sociedades apenas evoluem quando indivíduos se comprometem com os princípios da alteridade. Neste contexto, a questão da adoção de crianças e adolescentes parece simples no Brasil, entretanto, o cenário real se trata de adultos exigentes quanto a características físicas do menor. Assim, além dos problemas psicológicos já enfrentados pelos menores ao se encontrarem ausentes de família, ainda acabam lidando com preconceitos por serem diferentes entre si.   Ocasionalmente, menores são encaminhados para casas de apoio e orfanatos quando órfãos ou vítimas de violências e ausência de condições mínimas para viver, onde são amparados fisicamente e psicologicamente até o encontro de um novo lar. Assim, na tentativa de agilizar o processo de adoção, alterações legislativas foram sancionadas pelo Presidente Michel Temer no final de 2017, dentre as quais redução de prazos e garantia de direitos aos pais adotantes tanto quanto de pais biológicos.     Entretanto, não é tão simples assim, segundo o Cadastro Nacional de Adoção apenas três a cada dez candidatos a futuros pais aceitam crianças negras. Ou seja, os futuros pais são exigentes quanto as características físicas do indivíduo que escolherá, enquanto os menores, já traumatizados por encontrarem-se ausentes de um lar, ainda precisam lidar com situações de preconceitos. Como consequência, o sentimento de não aceitação desencadeiam problemas psicológicos como medos, inseguranças e revoltas, indo de encontro com os princípios da alteridade proposto pelo iluminismo e prejudicando a evolução da sociedade.    Dessa forma, a questão da adoção necessita de conscientização da população a fim de combater preconceitos e novas estratégias por parte do Governo para minimização exigências dos futuros pais, com o objetivo de valorizar as crianças independente das diferenças e não dilatar os traumas já enfrentados pela ausência dos pais. Apenas assim, valorizando o outro como ser portador de qualidades únicas, será possível respeitar os princípios da alteridade e contribuir com o crescimento social.