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Enviada em: 16/10/2018

Irresponsabilidade. Lentidão. Burocratização. É nesse contexto que se encontra a questão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil. Por isso, é de extrema importância a ação conjunta entre Estado e sociedade civil, a fim de sanar os entraves acerca dessa questão. Afinal, apesar de crucial, o processo de perfilhação, na atualidade, se resume à burocracia estatal e ao desconhecimento social.      Na obra "O processo civilizatório", escrita pelo sociólogo alemão Norbert Elias, os problemas sociais são vistos como estruturas atreladas à história. De forma análoga, no âmbito nacional, a "caminhada" para se adotar é historicamente lenta e burocrática. Tal fato explica o motivo de, segundo dados do próprio governo federal, haver mais candidatos a pais adotivos do que jovens disponíveis para serem adotados.     Ademais, cabe salientar que, embora visto como principal entrave, a complexidade do processo adotivo não é o único. Nesse sentido, percebe-se que, outra grande questão é o desconhecimento popular acerca dessa realidade. Esse fator implica na falta de prioridade que a perfilhação de crianças e adolescentes tem no cenário brasileiro, dificultando ainda mais a vida dos nossos "pequenos" em situação de abandono.       Em suma, a resolução de problemas complexos não virá de atitudes isoladas. Portanto, para a devida aceleração e priorização dos processos de adoção no Brasil, cabe a ONGs e OSCIPs trazer esse debate à população, por meio de palestras e campanhas, de forma que haja pressão social nas autoridades competentes. Dessa maneira, é obrigação dos responsáveis, no Congresso Nacional, a aprovação de medidas, visando desburocratização  e agilização na hora de adotar um jovem no país. Afinal, parafraseando Cícero, filósofo clássico, a burocracia é uma das maiores enfermidades do progresso humano.