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Enviada em: 21/10/2018

No Brasil, desde a Constituição de 1988, tornou-se permitido a adoção de crianças contanto que todos os critérios sejam atendidos, como por exemplo idade mínima e a realização de um curso. Entretanto, a alta burocracia necessária para que a prática seja válida ao adotante, aliado a enorme preferência sobre as crianças a serem adotadas, impõem um enorme desafio à crianças e adolescentes que estão buscando um lar.  Em primeiro lugar, é necessário ressaltar a ineficiência das burocracias regidas pelos juízes e profissionais encarregados. Nesse sentido, alguns casos levam anos até serem concluídos os processos adotivos, o que, muitas vezes, levam à desistência da adoção por parte dos envolvidos. Além disso, apesar de 47 mil crianças e adolescentes, segundo o Conselho Nacional de Adoção (CNA), estarem abrigados, apenas 7 mil estão aptos judicialmente a serem acolhidos. Isso reforça, portanto, a necessidade de melhora legislativa.  Ademais, segundo o filósofo Albert Camus, não é o sofrimento da criança que se torna revoltante em si mesmo, mas que nada justifica tal sofrimento. Diante disso, é evidente que alguns brasileiros não estão se importando com a falta de um lar para os infantes, e estão de maneira oposta ao pensamento de Camus. Prova disso é que 91% das pessoas não aceitam adotar crianças com mais de 6 anos, e cerca de 20% não adotariam crianças negras segundo o CNA. Assim, cada vez mais, o sonho de uma criança fica cada vez mais distante devido à ignorância vigente.  Portanto, medidas precisam ser postas em vigor para que mais crianças sejam acolhidas. Com isso, cabe ao Ministério Legislativo reorganizar as leis relacionas a adoção no Brasil de forma que reduza o tempo ocorrido pelo processo, e criar uma burocracia mais flexível, buscando, assim, reduzir a desistência por parte dos adotantes. Além do mais, cabe aos meios de comunicação em parceria com o CNA, por meio de propagandas, mostrar a importância de dar amor à uma criança, independentemente da sua idade, cor ou "diferença", a fim de extinguir os preconceitos existentes . Assim, o pensamento de Camus estaria nas mentes brasileiras, e a adoção seria vista como um ato de caridade pela sociedade.