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Enviada em: 01/01/2018

A adoção de crianças no Brasil revela muitas questões sociais. Na maioria dos casos, a impossibilidade de convivência com a família biológica é decorrente dos tantos problemas existentes no Brasil, como a pobreza e as drogas. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), são mais de 30 mil famílias habilitadas para pouco menos de 6 mil crianças e adolescentes, mas diversas restrições prejudicam a redução do número de indivíduos presentes em abrigos.       Entre um dos piores efeitos dos problemas sociais do país está o abandono de crianças. Tema de livros e novelas por toda a história, a adoção tem no imaginário popular sua versão romântica, em que uma família piedosa resgata um indivíduo frágil e condenado. Contudo, é preciso perceber que - de acordo com a lei brasileira - a destituição da guarda da família biológica e a adoção é um caso excepcional.       É importante salientar que - diferentemente da versão romântica - a adoção implica em uma série de responsabilidades. Uma vez consumada, ela é irreversível. Trata-se da vida e do desenvolvimento de um ser humano, motivo pelo qual a família acolhedora e a criança devem criar vínculos definitivos. A possibilidade de manifestação da família em relação às características da criança - como idade, gênero, cor ou saúde - torna o processo de identificação mais natural, reduzindo possibilidade de rejeição.       Entretanto, percebe-se neste contexto um vício cultural. Não se pode ignorar o fato de que o preconceito é determinante na escolha. Hoje, mais de 9 mil famílias só aceitam crianças brancas e cerca de 10 mil aceitam só meninas. Há ainda mais de mil crianças com problemas de saúde.       Considerado o contexto, é preciso que o Ministério da Justiça firme parcerias com entidades - como ONG e igrejas - para que as famílias aprendam a lidar com a diversidade e que se tornem mais abertas. As escolas e as câmaras legislativas municipais devem manter campanhas sobre o tema. O ato da adoção deve ser livre e isento de preconceitos, pois o amor não tem cor, gênero, idade e cuida bem de quem precisa.