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Enviada em: 17/02/2018

Segundo os estudos realizados pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, a família caracteriza-se como núcleo fundamental de cada indivíduo, uma vez que esta proporciona o primeiro contato do ser humano com a sociedade na qual será inserido. No entanto, ao observar-se a dinâmica do processo de adoção no Brasil, percebe-se que inúmeras crianças e adolescentes estão sendo impedidos de vivenciarem essa importante experiência social. Tal fato é diretamente motivado por fatores jurídicos e econômicos, os quais necessitam de soluções imediatas para reversão dessa problemática.    É válido apontar, em primeiro lugar, a burocracia existente para a adoção de crianças e adolescentes no Brasil. Apesar dos dados estatísticos apresentarem um número elevado de indivíduos interessados no processo adotivo, nota-se que ainda há inúmeras pessoas para serem acolhidas por uma nova família. Nesse contexto, o trâmite desenvolvido no sistema de adoção brasileiro destaca-se como um dos fatores responsáveis por esse problema, na medida em que os autos anexados nos processos, como o conceito retrógrado de família, dificultam a adoção feita por casais homossexuais ou por pais e mães solteiros.    Cabe destacar, ainda, que esse obstáculo para concretizar-se as adoções no Brasil é reforçado por problemas econômicos. Nos últimos anos, foi possível observar a mudança de correntes ideológicas raciais que reduziu o preconceito e possibilitou a adoção de indivíduos negros, pardos e indígenas em maior número. Por outro lado, faz-se notório a reduzida escolha por crianças portadoras de deficiências físicas ou psicológicas, uma vez que o custo de vida desses indivíduos é mais elevado devido a necessidade de tratamentos e atenção especializados. impossibilitando, assim, essas crianças de desfrutarem também de um núcleo familiar adequado à vida social.   Fica evidente, portanto, que há empecilhos relacionados ao processo adotivo de crianças e adolescentes no Brasil. Logo, para minimizar esse cenário, o legislativo deve alterar  conceitos  jurídicos, como promover a ampliação do conceito de família, por meio de projetos de lei, a fim de possibilitar novos pedidos de adoção. Além disso, a ajuda financeira governamental às famílias adotivas de indivíduos deficientes aumentará o interesse pela adoção. Possibilitando, assim, o desenvolvimento social do maior número de crianças a longo prazo.