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Enviada em: 31/08/2017

Todo ser tem direito a ser feliz  John Locke, ator inspirado pelo iluminismo, descreveu em uma de suas teses, especificamente naquela acerca da garantia dos direitos naturais do homem, que todo nascituro deteria liberdade e isto lhe seria inalienável, devendo ela ser, irrevogavelmente, garantida pelo Estado. Dessa forma, aplicando tal preceito em suas leis, tem-se o Brasil, que à frente de provectos programas sociais abriu suas portas aos refugiados de traumáticas zonas de guerra. Entretanto, faz-se necessário entender o grotesco fenômeno de xenofobia que, apesar de ter raízes profundas e históricas, tem-se, desde então, apresentado cada vez mais frequente em nosso país, assim como, também, refletir sobre suas causas e consequências na sociedade.   Apesar da imagem cordial brasileira de receber imigrantes, tal fato parece estar voltado, quase que unicamente, para aqueles de um biótipo que faça referência direta aos povos de origem da Europa Ocidental. Isso se deve à forte bagagem cultural escravocrata que o Brasil carrega até os dias atuais, desde seu processo de embranquecimento advindo do racismo científico, que pregava a superioridade daqueles de pele clara, e que é notório ao analisar-se o grande preconceito instaurado no país contra a região de predominância negra, o nordeste.   O medo latente de pessoas desconhecidas, associado às constantes guerras no Oriente Médio e que já somam mais de 300 mil mortes, segundo oglobo.com, cria no imaginário da população ideias irreais sobre certas etnias, uma vez que, atualmente, bombardeados por informações incompletas e achismos provenientes de comentários via redes sociais, replicamos e perpetuamos conceitos xenofóbicos, como classificar todo refugiado em assassino, criando rastilhos de preconceitos e sentimentos de ódio.    Portanto, entendendo que a necessidade de procurar felicidade é um fundamento de liberdade, como afirmou Locke, depreende-se a luta do homem em procurar paz, mesmo que em outras terras. Dessa forma, é da alçada do Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, tornar as escolas o coração da caridade, onde por meio de palestras e, quando possível, próprios exemplos reais, ensinar-se-ia crianças e adolescentes sobre a necessidade de acolher aqueles que passam por tempos difíceis, além de mostrar os resultados das guerras, assim como apresentar traços dessas culturas que chegam ao país, a fim de que, dessa forma, possamos incutir em nossas mentes o quão ignorantes nos torna a xenofobia, consequentemente diminuindo casos de ataques de ódio e a aculturação deste mal.