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Enviada em: 15/09/2017

Segundo o geógrafo Milton Santos, "o simples nascer investe o indivíduo de uma soma inalienável de direitos". De acordo com a Constituição de 1988, todos os brasileiros e estrangeiros que vivem no Brasil, devem ser tratados de forma igualitária. No entanto, muitos imigrantes são privados desse direito, sendo vítimas da xenofobia — que é crime no Brasil. Entre as principais causas desse problema estão o preconceito e a intolerância, que provoca violência e discriminação. Diante disso, adotar ações afirmativas para a inclusão desses estrangeiros e para a punição dos agressores, mostra-se o melhor caminho no combate à xenofobia.    Em "Modernidade Líquida", o sociólogo polonês Zygmunt Bauman discorre sobre a superficialidade e a efemeridade dos relacionamentos humanos. Para ele, os laços estão cada vez mais líquidos e frouxos. Por certo, sua teoria se relaciona com a xenofobia no Brasil, visto que o atual panorama do país é embasado na falta de altruísmo, no racismo e no individualismo. Dessa forma, a xenofobia vai além da aversão ao estrangeiro, é uma discriminação econômica, racial, cultural e social, isso porque os principais alvos são refugiados — principalmente haitianos, árabes e de religião muçulmana — e não brancos de países industrializados.    Nesse âmbito, esses estrangeiros, que na maioria das vezes, fugiram de uma guerra ou de desastres naturais para terem paz, acabam sendo vítimas de violência física, moral e psicológica, devido à cor da pele, religião ou região de origem. Assim, com o argumento de que esses imigrantes acarretam desemprego e alteram a cultura local, são xingados, humilhados e agredidos por pessoas intolerantes, que em boa parte são compostos por descendentes de imigrantes — visto que o Brasil é um país miscigenado e colonizado por europeus. Ademais, sofrem exclusão social e são discriminados em locais públicos, no trabalho e na escola, além de vários muçulmanos serem estereotipados como terroristas.    Fica claro, portanto, que a xenofobia é um problema latente no Brasil e precisa ser solucionado. Logo, faz-se necessário que o Ministério Público invista em segurança e em assistência aos refugiados, visto que esses são as principais vítimas desse preconceito, além de aumentar os postos de denúncia e as fiscalizações contra esse crime e punir os agressores. Por outro lado, as ONG's e as escolas devem investir em projetos de inclusão social, levando conhecimento à população brasileira sobre a história do país e dos estrangeiros. Por fim, a mídia, por meio de propagandas, deve quebrar estereótipos e mostrar que todos devem ser tratados de forma igualitária.