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Enviada em: 02/09/2017

A Declaração dos Direitos Humanos, declarada pela ONU em 1948, garante, no artigo 1, que todos nascem livres e iguais, ou seja, nenhuma forma de preconceito ou exclusão deve ser aceita. Todavia, tal documento não é posto em prática no Brasil dada sua cultura xenofóbica -ação de intolerância ao estrangeiro-. Por se tratar de uma incoerência histórica que leva a preconceitos étnicos, a xenofobia deve ser atenuada por meio de ações governamentais que visem uma mudança cultural.       Em primeira análise, Darcy Ribeiro, antropólogo político, afirma que o brasileiro é formado por três matrizes étnicas: imigrantes europeus, africanos e indígenas. Aplicando-se essa teoria na contemporaneidade, vê-se que é incompatível que uma sociedade formada por imigrantes nos séculos XVI e XVII problematize a entrada de estrangeiros no século XXI. Além disso, a imigração, como parte da formação social, foi desde o passado um fator importante para a diversidade nacional hoje reconhecida mundialmente e, por isso, a movimentação imigratória atual também pode ser parte de uma cultura singular que servirá de exemplo à todas as nações. Portanto, é inegável que a xenofobia trata-se de uma incoerência histórica que prejudica a diversidade, logo, deve ser atenuada pelo Estado.       Outrossim, é perceptível que a xenofobia é intrínseca ao racismo já que os imigrantes africanos sofrem forte repressão social, acusados de invasão, enquanto aqueles dos países nórdicos são acolhidos como superiores social e culturalmente. Esse tipo de comportamento advém do Darwinismo Social aplicado durante o Neocolonialismo, que pregava a supremacia da raça branca, pois esta seria melhor adaptada ao meio e, por esse motivo, dominante frente aos outros povos. Assim, práticas xenofóbicas advindas de teorias retrógradas como essa não podem ser aceitas como parte do nacionalismo pois, além de incompatível com sua formação, é uma reafirmação de um preconceito étnico-racial que impede a igualdade entre indivíduos. Então, deve haver uma mudança cultural de aceitação ao estrangeiro como igual e participante da diversidade já existente no Brasil.       Para que essa mudança aconteça, o MEC deve garantir que o estudo de Geografia nas escolas repasse aos alunos a formação étnica do povo brasileiro por meio de aulas interativas a fim de demonstrar que a imigração sempre foi positiva para a formação cultural, evitando futura xenofobia. Ademais, o Estado deve promover palestras dentro das comunidades alvo de imigração que citem os aspectos positivos dos imigrantes para o aspecto econômico e social em prol de uma maior integração entre brasileiros e estrangeiros. Por último, os grandes canais de TV devem criar propagandas que demonstrem a convivência entre pessoas de diversas nacionalidades beneficiando-se mutuamente para que a população veja a sua cultura como um espaço para a participação de todos.