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Enviada em: 02/09/2017

A Missão de Paz liderada pelo Brasil no Haiti, prevista para terminar ainda em 2017, proporcionou um intercâmbio entre essas culturas e estimulou a vinda de haitianos para o país sul-americano. A recepção desses e dos demais imigrantes, entretanto, expõe problemas latentes na sociedade brasileira relacionados à xenofobia. Fatores de ordem educacional, bem como política, expressam a urgência do combate ao preconceito no país.    É importante pontuar, de início, a negligência acadêmica acerca da diversidade de etnias existentes em território nacional. À guisa de Kant, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele, e as escolas brasileiras falham no ensino aplicado. A omissão do meio estudantil frente a questões como a tolerância aos imigrantes fomenta comportamentos preconceituosos, muitas vezes movidos pela ignorância sobre os reais efeitos da vinda de estrangeiros. Tal fator pode ser ratificado pelo aumento de denúncias de xenofobia nos últimos anos, segundo dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Assim, apesar de ser um país historicamente formado pela imigração, o Brasil ainda encontra obstáculos em superar o preconceito.   Outrossim, tem-se a morosidade da justiça quanto aos crimes de cunho xenofóbico. Embora a intolerância aos imigrantes esteja prevista na Constituição, a ausência de punições aos infratores ainda é percebida no país, sendo este um impasse à coerção desse comportamento desviante. Essa realidade se deve, principalmente, a um sistema judiciário superlotado, incapaz de atender à demanda das denúncias. Nesse sentido, o recente caso de um refugiado sírio, que foi agredido e hostilizado no Rio de Janeiro enquanto trabalhava, evidencia o forte sentimento de impunidade pelos criminosos no Brasil.