Materiais:
Enviada em: 11/09/2017

A xenofobia se mostra presente nas relações sociais brasileiras desde os tempos de colônia. O africano, escravizado nas lavouras, era visto como inferior, subdesenvolvido, uma mercadoria. Nos tempos atuais, apesar do desenvolvimento sócio-cultural do Brasil, nota-se que o sentimento de ódio ao estrangeiro ainda persiste, porém de maneira velada, atingindo não só pessoas de outras nacionalidades, como brasileiros de diversas regiões do pais.       Apesar da fama de receptivo, basta um pouco de observação para se constatar que a xenofobia está enraizada na cultura nacional. Os nordestinos, que foram chamados de curral eleitoral após a eleição de Dilma Rousseff em 2014, assim como os refugiados muçulmanos, taxados de terroristas, são exemplos disso. Ela pode não estar escancarada, nos jornais e nas ruas, como nos regimes fascistas do século XX, mas sem dúvida existe na consciência de grande parte da nação.       Assim, apesar de ser crime, prevista na lei 9.459, a xenofobia ainda não é efetivamente combatida. Prova são os 333 casos denunciados em 2015, número categoricamente inferior à realidade, sendo que, além disso, não há registros de condenações de xenófobos. Isso porque ela se mostra velada, não debatida, e por consequência, em certa medida, socialmente aceita e incentivada, além da relutância das vítimas em denunciar, pelo medo de novos ataques.       Portanto, configura-se necessário que haja uma maior conscientização da população, sobre o que é a xenofobia, o fato de ser crime, mas principalmente para mostrar que todos são iguais e devem ser tratados com igualdade. Isso pode ser feito pelo Poder Público, que, além das campanhas que já vem fazendo, pode providencias propagandas e palestras educativas. As comunidades também devem agir, providenciando encontros públicos e depoimentos desses imigrantes, para que possam apresentar suas situações de vida e as dificuldades que passaram, visando mostrar que todos são seres humanos e merecem ser tratados como tal.