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Enviada em: 24/09/2017

Acolhimento disfarçado.       Com o fim do período Imperial brasileiro e início do período republicano, os estados, principalmente São Paulo, adquirem maior autonomia, possibilitando investimentos em imigração. Processo, este, bem aceito e de visível influência cultural até hoje, perceptível na implementação da culinária italiana nas cozinhas brasileiras, por exemplo. Contudo, embora houvesse um bom cenário imigratório do país nesse período, o Brasil de hoje é afrontado por um contexto de intensa xenofobia e discriminação que precisa ser controlado.       Atualmente o Brasil, com seu caráter aparentemente amigável e entusiasmado, é associado a um povo acolhedor. Entre 2010 (ano do catastrófico terremoto no Haiti) e 2015 o país acolheu cerca de 58 mil haitianos refugiados. Todavia, os pontos negativos deste contexto são mascarados até hoje. Apesar de relativamente baixo o número de imigrantes, cerca de 2% da população, a taxa de agressão por parte dos xenófobos é alta e muito alarmante por se tratar de um problema de caráter social.       Conquanto, existem leis que tentam conter esse quadro. Essas leis não são suficientes, uma vez que o Brasil sofre com a ineficácia do Setor de Segurança Pública. Nos casos de violência contra haitianos, por exemplo, a justiça deve saber lidar não só com um contexto xenofóbico, mas também racista, constituindo-se que esses imigrantes são, também, majoritariamente negros. Assim, sendo o caso denunciado, muitas vezes acaba arquivado, deixando as vítimas desamparadas por esse inócuo sistema.       Logo, considerando a deplorável situação dos imigrantes no Brasil, torna-se necessária a adoção de medidas para contorná-la. As prefeituras deverão fazer com que o Policiamento Militar nas ruas seja otimizado visando abranger as áreas de maior concentração de imigrantes e refugiados, como a Paróquia Nossa Senhora da Paz, em São Paulo. Em paralelo, o Ministério da Justiça, com o apoio do Governo Federal, deverá criar ouvidorias públicas que atendam melhor os casos de xenofobia conjuntamente com as defensorias, que deverão ser aprimoradas a fim de fornecer apoio aos casos delatados, aumentando o número de julgamentos concluídos e combatendo a impunidade. Desse modo, talvez o país se torne realmente acolhedor.