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Enviada em: 14/09/2017

A agressividade está presente na espécie humana e, dentre as inúmeras formas de expressá-la, tem-se a intolerância, que mostrou-se uma problemática brasileira, haja vista o aumento de denúncias de xenofobia, ou seja, discriminação ao estrangeiro. No passado alemão esse preconceito, alimentado pelo ufanismo, resultou no holocausto: morte de inúmeros judeus. A fim de evitar resultado semelhante no Brasil, faz-se necessária uma análise sobre a temática.     Mormente, vale ressaltar que a xenofobia vem se apresentando no país não somente àqueles de outras nacionalidades, mas também ocorre interregionalmente. Diante de um país de dimensões continentais, as regiões formaram-se, culturalmente, de modos diferentes, acarretando no estranhamento entre indivíduos de mesma nacionalidade. Como exemplo, vê-se o preconceito que as regiões Sul e Sudeste tem com nordestinos, manifestado por comentários intolerantes e disfarçados de piada. Infelizmente, como disse Einstein, "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado". Por tanto, seria necessária uma medida educacional para romper as barreiras.     Não obstante, a problemática se expande ao globo, uma vez que os conflitos no Oriente Médio resultaram em uma onda de emigração dos países em guerra. O Brasil se tornou um destino aos refugiados, o que acabou mostrando um lado obscuro do brasileiro. As denúncias de xenofobia cresceram 633% em 2015, ano de maior imigração. Como agravante, o crime se torna silencioso diante do desconhecimento das vítimas sobre seus direitos, diminuindo o número de casos julgados. Portanto, o aumento de refugiados e a impunidade convergem para infestação desse preconceito no país.     Ademais, as raízes da xenofobia se encontram no medo de que os refugiados tragam problemas sociais ao país, como desemprego, criminalidade, queda na qualidade de vida, entre outros. Essa visão se comprova sem bases, já que esses problemas tem outras fontes, como a desigualdade social pré-existente no Brasil. Outrossim, entre a própria nação, tem-se a ideia errônea de que o Sul e o Sudeste arcam com as despesas do Nordeste, agravando a intolerância entre regiões. A inexistência de consciência coletiva e empatia para com o compatriota retroalimentam os preconceitos nacionais.    Destarte, depreende-se que Sócrates, ao dizer que não existe o estrangeiro, mas sim o cidadão de mundo, mostra o caminho a seguir. Portanto, o legislativo deve criar leis de criminalização da xenofobia, diminuindo a impunidade. Analogamente, as escolas devem levar palestras sobre o assunto, a fim de criar indivíduos mais empáticos. Além disso, o governo deve fazer campanhas sobre o tema, ensinando aos refugiados sobre seus direitos. Por fim, a sociedade civil deve se organizar contra manifestações xenófobas. Dessa forma, os átomos do preconceito serão desintegrados.