Materiais:
Enviada em: 17/09/2017

Por que a xenofobia tem se mostrado cada vez maior em nosso país e como evitar que este mal se torne uma característica do perfil do país que já foi visto como uma terra de cordialidade, atraindo turistas do mundo todo?  Apesar da fama de "cordial" e de receber bem imigrantes, o aumento das denúncias mostra um lado triste do Brasil. Entre 2014 e 2015, os casos aumentaram 633%, pulando de 45 para 333 registros recebidos pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, via plataforma Disque 100. Na Justiça, quase não há registros de denúncias que prosseguiram ou de xenófobos punidos.  Olhando os dados de 2015 mais de perto, vê-se que os principais alvos de preconceito são os refugiados. As principais vítimas são haitianos (26,8%), depois pessoas de origem árabe ou de religião muçulmana (15,45%). O aumento do fluxo de imigrantes foi favorecido pelas facilidades oferecidas pelo país em receber cidadãos de outros países e conceder-lhes vistos permanentes. Então, a questão de ser receptivo não é o fator preponderante. Além disso, as condições de oferta de emprego também atrai imigrantes do mundo inteiro ao Brasil. Aí inicia-se o fator da rejeição aos imigrantes. A questão é complexa e séria e merece maior atenção das autoridades. Imigrantes chegam e tomam as vagas que seriam dos brasileiros nos postos de trabalho escassos pelas atuais condições que o país atravessa. Esse, aliás, é o maior motivo das ocorrências de práticas xenófobas no mundo inteiro.  Desse modo é preciso ações integradas para evitar a xenofobia no Brasil. Primeiro, uma ação educacional, onde as escolas públicas e privadas ensinem aos seus alunos a importância do respeito às tradições, aos costumes e a diversidade étnica presentes em nosso país. Somos um país extremamente diverso na formação étnica e cultural e nada mais natural que o seu povo saiba receber bem os imigrantes, independente de religião, cor, raça ou nacionalidade. Em segundo lugar e paralela à essa ação educadora, o governo precisa criar políticas públicas de recepção desses imigrantes onde se cuidará das questões ligadas à documentação, saúde, moradia e emprego. Este último cuidando para que as vagas sejam ocupadas segundo critérios diferentes aos aplicados aos brasileiros para que estes não se revoltem por perderem a oportunidade para os estrangeiros.  Estas políticas públicas para sua melhor eficácia deverão ser feitas em centros de atenção ao imigrante. Centros onde essas pessoas pudessem compartilhar sua cultura, hábitos e conhecimentos com a comunidade onde estiverem residindo, diminuindo o espaço entre eles e seu novo habitat. Conhecimento e apoio integrado ao imigrante aproximaria e evitaria a xenofobia em nosso país.