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Enviada em: 21/09/2017

O ser humano é social, necessita viver em comunidade e estabelecer relações interpessoais. Porém, embora intitulado sob a perspectiva aristotélica, político e naturalmente sociável, inúmeras de suas antiéticas práticas corroboram o contrário. No que tange á questão do imigrante no Brasil, é cada vez mais frequente a divulgação de notícias relacionadas à descriminação por parte da população. Com isso, surge à problemática da xenofobia em questão no Brasil, que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela dificuldade de aceitação de novas culturas, seja pelo novo modelo de estrangeiro estabelecido pela mídia.    Mormente, o estrangeiro é visto como um indivíduo que não se enquadra nos padrões da cultura local. O sociólogo Zygmunt Bauman defende na obra Modernidade Líquida, que o individualismo é uma das principais características - e o maior conflito - da pós-modernidade, e consequentemente, uma parcela da população tende a ser incapaz de tolerar diferenças. De maneira análoga, é possível perceber que o estrangeiro acaba tendo dificuldades de se relacionar com a população do novo país por ter, muitas vezes, costumes diferentes da nova nação..    Além disso, é cabível enfatizar que segundo Adorno, sociólogo que estudou a indústria cultural, a mídia cria certos estereótipos que tiram a liberdade de pensamento do espectador, forçando imagens, muitas vezes errôneas em suas mentes. Sob tal ótica, é indubitável que a divulgação, cada vez mais presente, de notícias de terrorismo no mundo, ocasionou temor e descriminação por parte da população que teme estar convivendo com terroristas. Dessa forma, de acordo com o jornal Carta Capital, entre 2014 e 2015, os casos de denúncia de descriminação aumentaram 633%, pulando de 45 para 333 casos. Assim, o imigrante acaba, cada vez mais, sem oportunidades e com o futuro inserto.    Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Sendo assim, cabe à escola mostrar, por meio de palestras e material em sala de aula, além de conversas com alunos estrangeiros, os costumes dos mais diversos povos no mundo e a importância daquela cultura, no intuito de melhorar a convivência entre os povos. Ainda cabe a mídia, por meio de propagandas e comerciais, desmistificar o pensamento equivocado que grande parte da população tem dos estrangeiros principalmente os do Oriente Médio. Ademais, o governo deve apoiar os imigrantes, ajudando na qualificação e oportunidade de emprego, para que eles tenham alguma perspectiva de futuro. Só assim nos aproximaremos de uma nação da qual Aristóteles falava.