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Enviada em: 01/10/2017

"Vou-me embora pra pasárgada". Quando Manuel Bandeira escreveu tais palavras, demonstrava o sentimento de seu eu lírico pela busca de uma vida melhor em outra localidade, assim como os estrangeiros que escolhem residir no Brasil. Contudo, a delicada conjuntura brasileira agrava a xenofobia.   Convém frisar, primeiramente, que o fator monetário tem sido um expoente desse quadro. Devido a acentuada crise econômica, a ex-colônia portuguesa passa por uma grave recessão que culmina em arrocho salarial, desemprego conjuntural e instabilidade empregatícia. Logo os forasteiros são tratados de forma hostil por serem considerados concorrentes de emprego.       Ademais, o momento político de exacerbado ufanismo suprime a cordialidade nacional. Tendo em vista que o país atravessa por um período de se fechar para a resolução de problemáticas internas, o exagerado amor á pátria confunde-se com o ódio ao fronteiriço. Por isso, a presença estrangeira não está sendo bem vista.      A vulnerabilidade momentânea, portanto, potencializa a xenofobia. E para reverter essa situação, o Ministério do Trabalho deve exigir que os brasileiros tenham prioridades contratuais, penalizando com multas as empresas que descumprirem a ordem. Além disso, a mídia precisa veicular campanhas de respeito a alteridade em revistas, televisão e internet. Afinal, ninguém é deus para decidir quem fica ou não nesse paraíso tropical.