Materiais:
Enviada em: 30/09/2017

Irmãos de pais diferentes   John Locke, autor contratualista do século XVII, descrevera à luz do iluminismo sua tese acerca dos direitos naturais do homem, e esta, a qual prevê a todo nascituro uma condição de liberdade inalienável, deveria ser, irrevogavelmente, garantida pelo Estado. À vista disso, inspirado em suas leis por tal princípio, tem-se o Brasil que, à frente de provectos programas sociais, abriu suas portas aos refugiados das traumáticas zonas de guerra hodiernas. Entretanto, mediante o supradito, faz-se imperioso refletir sobre o grotesco fenômeno de xenofobia atual que, ao ganhar ares midiáticos, apresenta-se cada vez mais explícito no Brasil.     Apesar da cordial imagem brasileira de receber visitantes, tal fato parece estar voltado, quase que exclusivamente, para aqueles de biótipos que façam referência direta aos europeus. Isso talvez se deva à forte bagagem cultural escravocrata que o país carrega até os dias atuais, atendendo a ilusão reacionária de dada parcela da sociedade. Ademais, desde seu processo de embranquecimento advindo do racismo científico, o qual pregava a superioridade da pele alva, que é notório o grande preconceito instaurado no país contra sua região predominantemente negra, o nordeste.    Igualmente, contíguo ao medo latente por pessoas desconhecidas e às constantes guerras no Oriente Médio - somando mais de 300 mil mortes, segundo o site O Globo -, cria-se, assim, no imaginário da população ideias irreais quanto às etnias envolvidas nesse processo. Por outro lado, é fácil depreender-se que, conquanto a população estivesse sendo bombardeada por informações incompletas e achismos provenientes de redes sociais, seriam, inevitavelmente, replicados e perpetuados conceitos xenofóbicos. À exemplo disso, tem-se a classificação de todo refugiado como assassino, gerando, dessa forma, rastilhos de preconceitos e sentimentos de ódio.    Portanto, entendendo que a necessidade de procurar felicidade é um fundamento de liberdade, consoante Locke, depreende-se a luta do homem em procurar paz, mesmo que em outras terras. Dessa forma, é da alçada do Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, tornar as escolas o coração da caridade. Assim, por meio de palestras e, quando possível, próprios exemplos reais, ensinar-se-ia todos sobre a necessidade de acolher aqueles que passam por tempos difíceis, bem como os resultados hediondos das guerras. Também, apresentando tais culturas que chegam ao país, poder-se-ia incutir na mente de todos o quão ignorantes e menos humanos nos torna a xenofobia, diminuindo casos de ataques de ódio e a aculturação deste mal.