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Enviada em: 16/10/2017

Após a abolição da escravidão, em 1888, o Brasil se tornou o destino de milhares de imigrantes italianos, que foram usados como mão de obra alternativa aos escravos. Explorados em suas fragilidades, foram submetidos a situações degradantes. Apesar disso, seus descendentes brasileiros esqueceram suas raízes e hoje ignoram as dificuldades pelas quais um imigrante passa, como o preconceito e as barreiras linguística e cultural. Assim, a questão da xenofobia no Brasil se torna ainda mais preocupante devido ao aumento do número de casos, demonstrando que a imagem de cordialidade do povo brasileiro já não reflete a realidade.      Antes de tudo, é fundamental compreender como nasce a aversão a essas pessoas atualmente e seus efeitos. Com as redes sociais, as barreiras da informação desapareceram. Porém, ao invés de gerar conhecimento, fortaleceu esteriótipos. Dentre as diversas vítimas desse fenômeno global, os imigrantes foram os maiores alvos, sendo classificados como terroristas, fanáticos e radicais, resultando na rejeição nos países onde chegam. No Brasil, a plataforma Disque 100, responsável por receber denúncias, registrou, em 2015, 288 casos a mais de xenofobia em relação ao ano anterior, tornando claro que a repulsa ao estrangeiro é uma realidade cruel, geradora de graves consequências.      Dentre elas, destaca-se o preconceito contra haitianos, que migraram para Brasil fugindo da fome e da miséria. Devido às condições em que chegaram ao país, assim como os italianos dos séculos XIX e XX, os refugiados caribenhos se tornaram vulneráveis à toda forma de exploração, como trabalhos exaustivos e de baixa remuneração, engrossando a estatística do trabalho informal, reforçando, assim, a imagem marginalizada que grande parte da população erroneamente já possuía. Embora seja grande o esforço para combater esse problema, ainda não é o suficiente para que de fato melhorias sejam percebidas na vida dessas pessoas.      Portanto, é de fundamental importância que todos estejam engajados no objetivo de combater a xenofobia no Brasil. Para isso, O Governo, por meio do Ministério das Comunicações, deve proporcionar aos brasileiros o acesso à notícias que mostrem a realidade das pessoas que buscam refúgio no país, trabalhando na contramão da desinformação presente na internet,  por meio da criação de um portal específico para os refugiados no Brasil, permitindo que as pessoas formem suas opiniões com base na verdade e na isenção. Ademais, as escolas, em parcerias com ONGs, devem conscientizar as crianças acerca das diferenças culturais entre os povos, ministrando palestras periódicas, com o objetivo de eliminar preconceitos enraizados, para promover uma sociedade futura mais tolerante e receptiva ao diferente.