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Enviada em: 10/10/2017

Historicamente, a aversão ao dessemelhante tem suas raízes na Antiguidade Clássica. A xenofobia, palavra de origem grega, se fez presente na Grécia Antiga quando intitulavam de bárbaros todos aqueles que não eram naturalmente gregos. No mundo contemporâneo, a xenofobia cresceu, num cenário de cercas, muros e campos de concentração, sendo presenciada inclusive, na sociedade brasileira.       Embora o Estado Brasileiro seja signatário dos mais importantes tratados internacionais de Direitos Humanos, apresenta atualmente, forte antipatia aos imigrantes e refugiados. As denúncias de xenofobia no país aumentou 633% entre os anos de 2014 e 2015, nas quais as principais vítimas eram de origem haitiana e árabe. Em vista disso, percebe-se que a problemática está alicerçada no preconceito racial contra os imigrantes negros, em conjunto com a intolerância cultural, principalmente religiosa, aos refugiados árabes.       Não obstante, a intensa diversidade étnica presente no Brasil, dispersa em diferentes regiões do país, ocasiona discriminações internas. Comumente é observado casos de preconceitos regionais entre os diferentes estados, seja pelo sotaque, crenças ou manias que são classificadas de forma pejorativa e se tornam motivo de piadas. O movimento separatista do Sul do Brasil, caracterizado como “O Sul é o Meu País”, no qual a região sul propõe a separação do restante da federação, por meio de um sentimento de superioridade, é um exemplo evidente de preconceito com o restante da população, em especial aos nordestinos, considerados intelectualmente inferiores.       Por todos esses aspectos, deve-se analisar medidas práticas para solucionar a problemática. Dessa forma, o Ministério da Educação poderia organizar reuniões com os educadores para a elaboração de atividades escolares, que desconstruíssem preconceitos contra povos imigrantes e refugiados, e promovessem a tolerância às diferentes culturas que constituem o país. Ainda, seria importante que o Ministério da Justiça possibilitasse a expansão do número de profissionais treinados para investigar e processar casos de violência xenófoba, para que, diferentemente da Grécia Antiga, o Brasil não seja ambiente propiciador da intolerância cultural e étnica.